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10/06/2021 às 01h13min - Atualizada em 09/06/2021 às 23h38min

Amor a duas

Maria e Diana decidiram que, na batalha entre o certo e o errado, não são os padrões da sociedade que ganham, mas sim a afetividade e todos os sentimentos bons

Fernando Azevêdo - Editado por Andrieli Torres
Imagem: Reprodução/ Unsplash

12 de junho. No Brasil, o dia dos apaixonados. Presentes, declarações sentimentais; quanto mais romântico, melhor. Muitas pessoas provavelmente diriam que não para Maria e Diana. Amigas de infância, as duas cresceram ouvindo comentários infelizes sobre as pessoas LGBTQIAP+ e sobre relacionamentos homoafetivos. Acontece que as crianças aprendem com os mais velhos. Elas têm grandes chances de se tornarem reflexo da sociedade dos adultos. E lutar contra isso não é fácil.

 

Durante a adolescência, Diana viu uma grande confusão se instalar em sua mente. O que era aquilo que sentia quando chegava perto da melhor amiga? Uma coisa que afagava seu coração de uma forma diferente... "Mas como assim?", pensava. Maria notou coisa parecida quando Diana faltou à aula, em uma segunda chuvosa e, então, triste. A energia da amiga fazia falta, e isso era normal para ela, mas o que era aquilo que ela sentia no momento em que via um casal aos beijos? "Eu não posso estar pensando na Diana agora! Isto é certo?", preocupava-se.

 

E assim se seguiu um ciclo de descobertas inusitadas. Os hormônios adolescentes em festa! Bem como confrontos internos entre certo e errado, bom e ruim. Mas, no dia da formatura delas, algo mudou. Elas sabiam que aquela dança envolvente - e o beijo intenso trocado no fim dela, digamos - significavam algo afetivo. 

 

Claro que não foi fácil. Foi super difícil para as duas aceitarem os sentimentos como válidos. Quando criaram coragem e conversaram sobre isso - e outro beijo veio -, na verdade, os beijos não cessaram. As duas assumiram um relacionamento.

 

O que nos traz ao presente Dia dos Namorados. Um dia de muito frio na capital paulista. As duas estão no próprio apartamento, comendo uma pizza e bebericando um bom vinho. As famílias não falaram sobre a data com as garotas, bem como evitam falar sobre qualquer assunto que envolve a afetividade das duas. Os velhos amigos não fazem mais parte deste ciclo. Os antigos ares nem são mais bem vindos entre elas.

 

Quão icônico, o terceiro 12 de junho de Maria e Diana. O romântico dia se encaixa nesse junho, o qual é celebrado como Mês do Orgulho LGBTQIAP+, devido à importância dos acontecimentos em junho de 1969 para o movimento LGBTQIAP+. Maria e Diana decidiram que, na batalha entre o certo e o errado, não são os padrões da sociedade que ganham, mas sim a afetividade e todos os sentimentos bons. É o amor!


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