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11/06/2021 às 09h54min - Atualizada em 11/06/2021 às 09h35min

Aborto remoto no Brasil e a telemedicina

Serviço atende mulheres e realiza o aborto legal por meio da telemedicina

Joane Isabel - Brenda Freire

Todo ano no Brasil mais de 2000 mulheres e meninas realizam o interrompimento da gestação decorrente de violência sexual . O atendimento acontece nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a pandemia, alguns hospitais não puderam realizar o procedimento devido aos atendimentos das pessoas com Covid-19, foi quando a  obstetra Helena Paro, que trabalha no Hospital das Clínicas de Uberlândia e que está à frente do serviço de aborto legal levou a proposta de realizar o procedimento por meio da telemedicina, processo já realizado no Brasil.

 

A telemedicina é o processo que monitora, faz a avaliação do paciente e a análise dos exames de forma digital. É uma forma segura de realizar as consultas de casa, é legalizada e utilizada em todo o mundo. Por meio dela que o Nuavidas (Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual) está realizando os atendimentos e procedimentos das mulheres e meninas que sofrem violência sexual e que permitido por lei podem realizar o aborto legal e, agora de forma remota. 


Atualmente no Brasil esse procedimento só é realizado no Nuavidas, que funciona no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. O procedimento acontece da seguinte forma: a paciente vai a primeira consulta que é realizada presencialmente no hospital, lá ela é acompanhada pelas ginecologistas e psicólogas, a paciente recebe a quantidade certa das pílulas abortivas para realizar o procedimento em casa nas doses e nos horários prescritos, e é acompanhada  pelas médicas do Nuavidas, sempre relatando os sintomas e sendo orientada pelas médicas.

 

Outros países também já realizam esse procedimento são eles: EUA, Canadá, Austrália e Colômbia. E com a pandemia a procura pelo teleaborto aumentou significativamente, nos EUA por exemplo, o número de mulheres atendidas pelo programa da organização de pesquisa em saúde Gynuity dobrou em março e abril de 2020, em comparação aos meses de janeiro e fevereiro, isso devido a pandemia e as medidas tomadas pelo governo. Outro país que também determinou o uso do teleaborto foi a Inglaterra, declarando temporariamente que as pacientes têm a opção de fazer todo o tratamento em casa, sem precisarem de um centro médico, para evitar a contaminação em decorrência da Covid- 19.


Por conta da pandemia e do isolamento, esse serviço passou a ser mais procurado e ser de extrema necessidade para as mulheres que precisam dele. Mas existe ainda um grande caminho a percorrer para que o aborto legal por telemedina chegue a mais mulheres, mesmo que com o fim da pandemia. É importante pensar  em uma maneira de atender até aquelas que não tem tanto acesso a tecnologia. É um serviço necessário mas, que como qualquer outro precisa se atualizar e ver maneiras mais eficazes de atender a maior quantidade de mulheres possível. 

 
 

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