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12/06/2021 às 18h07min - Atualizada em 12/06/2021 às 15h45min

É mais que uma profissão: saiba tudo sobre o Coolhunting

A profissão que está ganhando destaque no mercado para quem quer trabalhar com pesquisa de moda

Flávia Pereira - Editado por Clara Molter Bertolot
Reprodução/Pexels

Sair às ruas atrás de alguma novidade que pode ser interessante para o mercado, se tornou a profissão que tem chamado atenção de inúmeras empresas. O cool hunter, trendhunter ou trend forecasting é o profissional responsável por realizar pesquisas e prever tendências em diversos lugares como festivais, ruas, shoppings, museus, desfiles, dentre outros locais.

 
Além disso, esse profissional deve estar atento a tudo que acontece ao redor do mundo, como política, arte, música, história, literatura, cinema, comunicação e o comportamento da sociedade. Caçar tendências vai além de um trabalho, tornando-se um estilo de vida.

A profissão surgiu na década de 1990 com o foco nas áreas de moda e design. Estes profissionais costumam sair pelas ruas com uma câmera fotográfica e blocos de papéis, em conjunto com o seu olhar observador. Ademais, após realizar a sua pesquisa, ele começa a coletar dados para analisar o que pode ser interessante para o mercado.

 

Atualmente, outras áreas também adotaram um “caçador” para realizar a análise de tendências como o marketing, tecnologia, beleza, dentre outros assuntos. No Brasil, a pioneira nesta profissão foi a jornalista Sabina Dewik.

 

Existem inúmeras empresas que trabalham com a captação de tendências para oferecer seus serviços à marcas, designers e consumidores, entre elas: WGSN, Catchwalk, Fashion Snoops, Clémentine Paris, Criável, ID;BR Coolhunting e Future Concept Lab.

 

Cristina Marinho (47), editora chefe da empresa Catchwalk, trabalha com coolhunting há 22 anos. Para ela, o cool hunter é um profissional que está preparado para perceber sinais do futuro, principalmente de comportamento. Ela afirma que “ele tem o radar ligado o tempo inteiro para perceber a força dos sinais, e transformar esses sinais em produtos.”

 

 

A ideia de criar uma empresa de coolhunting surgiu quando Cristina teve a percepção de que precisaria melhorar o nível de pesquisa de moda aqui no Brasil. A sua plataforma possui acesso gratuito, além de indicar fornecedores que trabalham com materiais que estejam em alta para estilistas. O Catchwalk trabalha com um mailing de 12 mil estilistas de confecção, e possui uma publicação de dois posts por dia.

 

Mariáh Cidral (28) e Giovana Cornacchia (34), fundadoras da Clémentine Paris, empresa francesa de coolhunting focada no mercado brasileiro, criaram a marca logo após trabalharem em uma renomada agência de tendências em Paris. Elas perceberem a dificuldade que muitos clientes apresentavam em adaptar as tendências lançadas no contexto europeu para o mercado brasileiro.

 

“Decidimos então criar a Clémentine Paris com o foco no mercado brasileiro, adaptando as tendências para o público de cada cliente, e levando em consideração as particularidades que encontramos nas diferentes regiões do Brasil”, disseram Mariáh e Giovana.

 


Segundo elas, a pesquisa de tendência é realizada no dia a dia com apoio em teorias da área: “Tudo serve como suporte, desde street style que vemos nas ruas, novos lugares, lojas, bares, restaurantes, eventos, revistas, shows”, afirmou a dupla fundadora da Clémentine Paris.

 

Em meio a estas questões, a Clémentine Paris, em parceria com a FFW (Fashion Forward), desenvolveram um curso para quem quer aprender sobre o coolhunting, e a identificar novas tendências de moda, beleza e comportamento. Assim como Camila Toledo, trend forecasting do Fashion Snoops, que ministra o curso “Identificando e Aplicando Tendências” no Fashion Meeting, plataforma educacional focada em empreendedorismo de moda.

 

A pandemia da Covid-19 inspirou pessoas do mercado de moda a abrirem um negócio de coolhunting, sendo o caso da Tamiris Almeida (32), coolhunter, fundadora da ID;BR Coolhunting em conjunto com suas sócias, Érica Roberto e Juliana Roseiro. Ao se incomodar com a escassez de alguns portais e consultorias em relação à empresas de moda, Tamiris decidiu criar a sua própria empresa em 2020, com a ajuda da sua equipe.

 
“Nós começamos a se dedicar a essa parte do coolhunting e estamos fazendo esse trabalho. Algumas marcas já estão apostando na gente e está sendo bem legal esse trabalho agora”, disse Tamiris.


 

A ID;BR Coolhunting já possui clientes nacionais e internacionais. No entanto, as proprietárias decidiram manter a identidade brasileira no DNA da empresa. Tamiris acredita que o coolhunting seja a profissão do futuro: “Eu acredito sim que o coolhunting seja a profissão do futuro, porque ele abrange muitos mercados e ajuda muito a chegar mais próximo do cliente. Quando você entende seu cliente, você é muito mais assertivo, você fala a língua dele, e todo mundo sai ganhando nisso”, alegou Tamiris.

 

E falando no profissional de coolhunter, existem sites, portais e blogs que abordam sobre as principais tendências na moda, beleza, decoração e comportamento. A plataforma de moda e beleza líder em conteúdo comprável no Brasil, Steal The Look, fundada por Manuela Bordasch e Catharina Dieterich — recentemente comprada pela Magazine Luiza —, tem como foco principal em suas postagens abordar sobre tendências.

 

Para quem se interessar pela profissão, os sites de street style “The Sartorialist” do fotógrafo Scott Schuman, e o “Lookbook”, servem de inspiração, fora que a internet está repleta de material para pesquisa e análise de tendências e comportamentos. As redes sociais também são ótimas fontes para um coolhunter visitar e apurar.


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