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13/08/2021 às 18h12min - Atualizada em 13/08/2021 às 15h56min

Inovações tecnológicas são destaque na Olimpíada em Tóquio

Drones, robôs, inteligência artificial e transmissão 8K foram algumas das tecnologias que marcaram o evento

Isabella Baliana - Editado por Manoel Paulo

Ocorrida entre 23 de julho e 08 de agosto deste ano (2021) devido à pandemia de covid-19, a Olimpíada de 2020 em Tóquio trouxe consigo várias novidades tecnológicas que encantaram os telespectadores do mundo esportivo, a começar pelo show realizado por drones na cerimônia de abertura. Além disso, as tecnologias adotadas nos Jogos tiveram como objetivo aprimorar o evento, melhorar a transmissão e auxiliar os atletas e suas competições. 

 

De acordo com Arthur Igreja, professor da FGV e especialista em inovação, principalmente em eventos internacionais de grande cobertura, a aplicação de tecnologias de última geração também representa um marco no desenvolvimento do próprio país. “O evento é um showcase do país sede. E agora, somando isso ao Japão que é um país absolutamente tecnófilo, isso gera ainda mais expectativas. Além de um evento esportivo, é um fenômeno de comunicação, marketing e afirmação do país em se refletir ainda mais para o mundo”, afirmou em entrevista para o portal Exame.  

 

Dentre os muitos recursos utilizados, alguns foram destacados:

 

- Carros autônomos

 

Para facilitar a locomoção de atletas e suas equipes, a montadora Toyota desenvolveu veículos autônomos (sob supervisão humana) e elétricos para o transporte de até 20 passageiros por vez e com o alcance de até 150 km e velocidade de 19 km/h. Outra novidade é que os veículos podem acomodar até quatro pessoas em cadeira de rodas e também contam com câmeras e sensores LiDAR (“Light Detection And Ranging” ou “detecção e alcance da luz”, em tradução livre) que conseguem monitorar os arredores em 360° e identificar objetos, obstáculos e até pessoas no trajeto, como forma de evitar possíveis acidentes e garantir mais segurança. 

 

- Reconhecimento facial

 

Em parceria com a Nec Corporation, os Jogos Olímpicos de Tóquio ainda contaram com tecnologia de reconhecimento facial com precisão de 99,9%, chamada NeoFace. Utilizada na realização de check-in e principalmente para encurtar o tempo de acesso de atletas, funcionários, colaboradores e imprensa a locais reservados, a tecnologia é ideal para o uso em tempos de pandemia, já que dispensa a necessidade de toque e consegue identificar rostos até mesmo de máscara, com análise de dados biométricos em apenas um segundo.

 

- Internet 5G e transmissão 8K

 

As gigantes de tecnologia Intel e Cisco, juntamente com a companhia telefônica japonesa NTT Docomo também firmaram parceria com o Comitê Olímpico Internacional e foram as responsáveis por fornecer a infraestrutura de rede de internet 5G do evento. Baseada no processador Intel Xeon, a rede permite a conexão dos 42 locais de competição dos jogos, além da Vila Olímpica (complexo em que ficam hospedados os atletas e dirigentes olímpicos).

 

Inicialmente, o comitê organizador havia planejado algumas demonstrações especiais do 5G, nos eventos de vela, natação e golfe, com tela flutuante de 50 metros e resolução de 12K instalada no porto de Enoshima e dispositivos de realidade aumentada para assistir às competições com dados em tempo real, respectivamente. Entretanto, com as implicações da pandemia do coronavírus e a decisão de não receber o público presencialmente, o 5G foi mais direcionado em outras áreas, desde a conectividade dos carros autônomos até a ação de robôs e drones para auxiliar na organização e monitoração do evento. 

 

Já a responsável pela transmissão dos Jogos Olímpicos em 8K foi a emissora pública japonesa NHK, em seu canal BS8K (Broadcast Satellite 8K). Assim, cidadãos e residentes no Japão puderam acompanhar as cerimônias de abertura e de encerramento, além de outros esportes específicos com mais realismo e riqueza de detalhes em uma resolução de imagem quatro vezes maior do que em um TV 4K, por exemplo.

 

- Robôs e IA

 

O uso de robôs e da inteligência artificial dentro dos Jogos é destinado a diversos objetivos, sendo programados para realizar tarefas diferentes. Alguns são responsáveis por recepcionar os visitantes autorizados, transportar a bagagem e fornecer informações sobre o evento. Já outros cumprem suas funções dentro dos campos, buscando equipamentos, como dardos, lançados pelos competidores. 

 

Além disso, alguns robôs estão envolvidos também no entretenimento e recepção, ao exemplo dos mascotes dos jogos em versões robotizadas, como o Miraitowa e Someity, que serão capazes de fazer reconhecimento facial, piscar, acenar e interagir com o público nos eventos.

 

A inteligência artificial também marcou sua presença dentro de esportes como o atletismo, natação e vôlei, com a utilização de pistolas com partida eletrônica e cronômetros que marcam milionésimos de segundo, touchpad (sensor tátil) dentro das piscinas e câmeras com visão computacional, capazes de medir a precisão do movimento, altura de saltos e velocidade da bola, por exemplo.
 


- Medalhas e camas sustentáveis

 

Pensando na sustentabilidade dentro dos esportes, uma das iniciativas adotadas pelo Japão foi em relação à confecção das medalhas olímpicas, que foram produzidas a partir da reciclagem de mais de 6 milhões de materiais eletrônicos descartados, como câmeras digitais, celulares e notebooks. 

 

Para que a ação sustentável ocorresse, foi necessário a colaboração dos moradores de milhares de bairros e municípios japoneses. Assim, das mais de 78.985 toneladas de materiais coletados, foram extraídos mais de 32 quilos de ouro, 3,5 quilos de prata e 2,2 quilos de bronze e, como resultado, foram feitas 5 mil medalhas olímpicas para a premiação dos atletas.

 

Outra inovação utilizada no evento foram as camas de papelão, que ficaram famosas principalmente após o post do vídeo no perfil do jogador de vôlei brasileiro Douglas Souza. Diferentemente do que alguns podem pensar, o material das camas se mostrou muito resistente, podendo suportar até 200 kg. Além disso, os colchões utilizados também são recicláveis e feitos de polietileno pela empresa norte-americana Airweave. Após os Jogos Olímpicos, as camas serão recicladas e os colchões utilizados em novos produtos, reduzindo o lixo e o desperdício dos materiais.
 

 

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