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01/10/2021 às 12h41min - Atualizada em 01/10/2021 às 11h55min

Empresas brasileiras anunciam acordos para compra e fabricação de eVTOLs, os “carros voadores”

Gol, Azul e Embraer planejam utilizar os veículos de pouso e decolagem vertical a partir de 2025

Isabella Baliana - Editado por Manoel Paulo

Em setembro deste ano, 2021, companhias aéreas como Gol e Azul e a fabricante nacional de aeronaves Embraer comunicaram seus planos envolvendo os famosos eVTOLs, conhecidos popularmente como “carros voadores”. Na prática, apesar do termo popular, o veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) é uma aeronave, capaz de transportar pessoas na cidade sem a necessidade de piloto, lembrando um drone autônomo. 

 

Entre suas maiores diferenças com os helicópteros convencionais, estão o uso de mais hélices - no mínimo quatro, divididas em pontos estratégicos. Além disso, os veículos são focados na realização de viagens a curta distância, na mesma cidade ou em regiões próximas e, devido à utilização de energia elétrica, não emitem gases poluentes na atmosfera e são mais econômicos.

 

De olho nas inovações, a companhia de viagens aéreas Azul anunciou um acordo com a alemã Lilium para a encomenda de 220 eVTOLs, o que custará cerca de US$ 1 bilhão. O início das operações está marcado para 2025 e as aeronaves terão velocidade máxima de 280 km/h, autonomia de 250 km e espaço para seis passageiros e um piloto.


Já a Gol fechou acordo com o Grupo Comporte para a aquisição ou arrendamento de 250 “carros voadores” elétricos até 2025, todos fabricados pela empresa britânica Vertical Aerospace. Além disso, as duas instituições planejam, juntamente com a concessionária de aeronaves irlandesa Avolon, o estabelecimento de uma malha de táxis aéreos no território brasileiro. 

 

Segundo a fabricante, o VA-X4, modelo do eVTOL que será produzido, terá velocidade máxima de cerca de 325 km/h e poderá circular 160 km com apenas uma carga da bateria, conseguindo transportar até quatro passageiros além do piloto. 

 

A brasileira Embraer, por sua vez, está desenvolvendo sua versão de eVTOL e já fechou contratos de venda de centenas de veículos para empresas em diversos lugares do globo, com previsão de entregar o novo produto a partir de 2026. Entre os clientes da corporação estão Ascent, na Ásia; Flapper, na América Latina; Helipass, na França; Microflite, na Austrália; Halo, nos Estados Unidos e Reino Unido; Helisul, no Brasil, dentre outros. 

 

Em entrevista ao portal G1, o diretor comercial da companhia de táxi aéreo Helisul, Luis Carlos Munhoz da Rocha, afirma que os eVTOLs também se tornam vantajosos em relação às aeronaves existentes por não contar com um rotor de cauda (hélice que fica na parte traseira do helicóptero tradicional), o que traz um impacto menor ao passar por áreas urbanas. "O rotor de cauda é um gerador de ruído potencial. Ele não vai existir [no eVTOL] e, consequentemente, o ruído que ele vai gerar é muito menor", explicou.

 

Importante ressaltar que a Embraer e a Helisul planejam realizar já no mês de outubro testes para avaliar rotas, tempo, valores e a aceitação de um futuro serviço de eVTOLs no mercado brasileiro. Para isso, até os “carros voadores” estarem prontos, irão primeiramente utilizar helicópteros de tamanho parecido no serviço, que será testado no Rio de Janeiro. 

 

"Vamos operar com um helicóptero nosso com o mesmo porte do eVTOL que está sendo construído pela Embraer. Nós vamos ter um ponto de embarque na Barra, em princípio, com desembarque no Santos Dumont", disse Rocha. "Vai operar em determinados horários pré-estabelecidos e vai haver um procedimento de reservas da mesma forma que você faz no Uber", completou.

Entretanto, apesar de todo o avanço na produção e comercialização, o serviço dos novos veículos aéreos elétricos ainda dependerá das definições de agências reguladoras ao redor do mundo. No Brasil, a responsável por certificar as aeronaves, normatizar e supervisionar a atividade no setor aéreo é a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que afirmou ao portal G1 que terá mais informações sobre a certificação dos eVTOLs quando receber os primeiros pedidos.

 

"A Anac tem acompanhado o debate nacional e internacional de como essa nova tecnologia tem sido empregada no setor. No entanto, até o presente momento, a Agência não recebeu nenhuma solicitação formal para a operação dessas aeronaves no mercado brasileiro", revelou a agência. 

 

Já o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão nacional que faz o controle do tráfego aéreo, será o responsável por definir outras medidas, como a quantidade de eVTOLs circulando simultaneamente e a altitude específica dos veículos, a fim de evitar colisão com aviões e helicópteros.

 
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