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06/10/2021 às 22h35min - Atualizada em 06/10/2021 às 21h30min

Aparecida do Norte e a consequência da pandemia

90% da população sofreu com este impacto e o setor de turismo foi seriamente atingido

Ketllyn Brenda - Editado por Matheus Da Fonseca
HOTEIS.com
Aparecida, que fica a 176 km de São Paulo capital, é uma cidade voltada diretamente para o turismo, que sofreu com a vinda da pandemia. As pessoas se encontravam sem comércio, sem emprego, com um futuro indefinido. O Santuário Nacional de Aparecida, chegou a divulgar o balanço de visitantes no maior templo católico do Brasil em 2020. Os dados mostram que, com a pandemia do coronavírus, o número de visitantes foi o menor já registrado em 50 anos.
 
De acordo com a administração, o templo recebeu 3,3 milhões de devotos em todo o ano passado. O número é 75% menor do que o registrado em 2019, ano em que a Aparecida recebeu 11,9 milhões de visitantes. Esse fluxo baixo de fiéis é comparável somente ao movimento registrado no início da década de 1970, período em que a estrutura conhecida como Basílica Nova ainda não havia sido inaugurada - ela é de julho de 1980. Já na década de oitenta, a cidade já acolhia cerca de 5 milhões de devotos por ano. O crescimento passou a ser gradual ao longo dos anos e, desde 2014, a média de visitação anual era superior a 12 milhões de fiéis.

A população de Aparecida foi extremamente interferida, 90% das pessoas sofreram com este impacto e o setor de turismo foi seriamente atingido. Sara Orcesi (30), assistente de reservas de um hotel, relata que passaram por um cenário que ninguém imaginava, ainda mais Aparecida, que sempre teve números altíssimos de visitações. “Ninguém estava preparado para isso, muito menos amparado. Eu vejo muita dificuldade aqui na cidade. A dificuldade que relato, são também a realidade da grande parte dos nossos clientes do setor”, concluiu Sara.
 
Já Luis Carlos (37), agenciador de hotéis, fala que em Aparecida não teve quem não ficou desempregado, pois a cidade inteira é voltada para o turismo, até as fábricas que tem, são fábricas voltadas para o turismo religioso, então são de velas, quadros, terços. Na pandemia, não tinha ninguém para comprar essas mercadorias, então ficaram paradas. O dono perdeu o serviço, por que não tinha pra quem vender, os funcionários não tinham o por que trabalhar, relata que foi bastante tempo e foi se agravando ao longo do tempo. Luis chega a dizer: “Acumulamos muitas dívidas, graças a Deus não estavam cortando água e luz, só paguei o aluguel e a pensão das minhas crianças, todo o resto ficou para trás”. O agenciador comenta que a população recebeu o auxílio emergencial e que tiveram doação de cesta básica, mas infelizmente não atendia todas as necessidades. “Sobrevivemos com o mínimo do mínimo, pensando que foi muito Deus e Nossa Senhora, tendo paciência, fé e esperança de dias melhores”.
 
Com todos os protocolos sanitários seguidos, como o uso obrigatório da máscara de proteção, a Secretaria de Educação, Esporte e Cultura de Aparecida, ofereceu o Kit Merenda Escolar em Casa aos alunos da rede municipal de ensino, pois a realidade era inclusive pela falta de alimentos. Mas com a chegada da vacina, tudo começou a melhorar. Nossa Senhora que ajuda todo mundo, precisou de nossa ajuda, por isso todo dia doze de cada mês realizam uma missa em forma de evangelização, em especial agora dia doze de outubro, onde se comemora seu dia como padroeira do Brasil.
 
Após ter celebrações restritas por causa da pandemia de Covid-19 em 2020, o Santuário Nacional de Aparecida anunciou que vai celebrar o 12 de outubro, Dia da Padroeira, novamente com a presença de fiéis nas missas. No último ano, a Basílica estava aberta para visitação, mas as missas foram online e apenas pessoas ligadas à Arquidiocese de Aparecida e obras de evangelização da Basílica participaram. Segundo eles, o acesso será controlado e será feita triagem com verificação de temperatura, higienização das mãos e o uso de máscara é obrigatório em todo espaço.
 
Mesmo com o retorno presencial dos devotos, as missas seguem com público reduzido por causa das restrições de capacidade. O Santuário abriga 35 mil pessoas, mas vai receber apenas 2,5 mil em cada celebração. No 12 de outubro, serão 14 missas. Assim como em 2020, atividades que geram aglomeração não vão ser realizadas. É o caso de procissões, passeio ciclístico e a Vigília Mariana, que seguem fora da programação. A carreata pela cidade com a imagem da Santa, que tradicionalmente é acompanhada por centenas de fiéis, foi mantida. Mas o público só pode acompanhar o percurso em carros, não a pé.
 
Como as coisas deram uma melhorada em relação à pandemia, as passagens estão com valores menores e garanto que vale a pena conferir a Basílica de pertinho e suas diversas manifestações de fé. Apesar do número de fiéis ser reduzido, o Santuário estendeu o número de missas. A passagem pelo nicho onde fica a imagem de Nossa Senhora Aparecida, Casa de Velas, Sala das Promessas estão liberados ao público, assim como as demais atrações do Santuário, como o bondinho e o comércio local, que vive do turismo religioso. Uma viagem em forma de agradecimento à vida e à saúde de cada um, após um ano difícil e atípico que tivemos.
 
 
 
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