Os livros são a melhor forma de nos transportarmos para uma nova realidade, seja ela utópica, fantasiosa, histórica ou romântica; são neles que os leitores encontram a possibilidade de descobrir novos horizontes e adquirir novas experiências sem sair de casa. Assim, quando a realidade acabou tornando-se digna de um livro sobre realidades utópicas, o hábito de leitura tornou-se cada vez mais adotado. Para aqueles que já o possuíam a necessidade se intensifica, e para aqueles que não eram tão ligados acabaram aderindo ao novo hobby.
Nesse momento, um gênero que acabou ganhando bastante visibilidade foi o romance de época. Mas, antes de escrever sobre ele, é importante diferenciá-lo dos demais romances e explicar suas semelhanças e diferenças. De acordo com a associação Romance Writers of America, "todos os romances têm uma história de amor central e um final emocionalmente satisfatório. Além disso, um romance pode ter qualquer tom ou estilo, ser definido em qualquer lugar ou tempo, e ter diferentes níveis de sensualidade, indo desde doce a extremamente quente”.
Há, assim, uma grande quantidade de livros que se encaixam perfeitamente nessa definição, incluindo romances de época, romances históricos e os romances clássicos, mas afinal, qual a diferença entre cada um deles?
DIFERENÇAS
As diferenças entre os romances de épocas e os históricos são bem sutis e muitas vezes podem se confundir, por ambos serem obras de ficção que se passam em períodos anteriores. Porém, há duas características básicas que os diferenciam. Enquanto o romance de época possui maior enfoque nos costumes, vestimentas e ambientação, como a série de Elizabeth Hoyt denominada Trilogia dos Príncipes, os romances históricos são ambientados em algum momento particular da história, usando fatos reais como pano de fundo para suas tramas, como o romance ficcional de Diana Gabaldon, Outlander – A viajante do tempo.
Em contrapartida, os romances clássicos são contemporâneos às épocas em que se passam, são livros escritos durante o período em que sua história é relatada e são famosos e aclamados até os dias de hoje. As autoras consagradas atemporalmente dentro desse gênero são as irmãs Anne, Emily e Charlotte Brontë, além da sempre impactante Jane Austen, com obras que ultrapassaram gerações, como Orgulho e Preconceito, Emma e Persuasão.
NOVOS ROMANCES E CLÁSSICOS
A popularização dos novos romances de época ocorre por conta de uma série de características que os tornam mais atraentes aos leitores, geralmente levinhos, tendo como pano de fundo costumes, roupas, títulos e etiquetas de uma determinada época. Mas somado a isso, encontra-se muita sensualidade e até mesmo erotismo, protagonistas feministas fortes e fora da curva daquilo que seria considerado adequado para a época.
LIGAÇÃO
A popularização dos novos romances não é recente. É um movimento que vem crescendo na última década, mas que ganhou maior força nos últimos quatro anos, onde não só autoras internacionais ganharam reconhecimento, como também autoras que vem conquistando espaço. Sendo algumas delas Carina Rissi, autora da série Perdida, e Paola Aleksandra, autora dos livros Volte pra mim e Livre para Recomeçar, que também possui um blog denominado Livros e Fuxico, de grande visibilidade nas redes sociais.
Esse novo cenário, receptivo para esse segmento de romances, traz uma nova leva de leitores para os romances mais clássicos, já citados anteriormente, proporcionando não só uma ampliação nos hábitos de leitura do público mais jovem, mas também um boom de vendas ainda maior para livros já aclamados.
Editoras como o Grupo Editorial Record e a Editora Arqueiro estão investindo cada vez mais na publicação de romances de época e as vendas não decepcionam. Mas essa nova onda de vendas afetam também os clássicos. Entre os livros mais vendidos de 2020, os clássicos aparecem com força, segundo o levantamento de vendas no site Zoom. Em primeiro lugar aparece O morro dos ventos uivantes de Emily Brontë, em quarto a série Anne de Green Gables de Lucy Maud e em décimo primeiro o Box da editora Martin Claret com os clássicos de Jane Austen.
ADAPTAÇÕES
As adaptações cinematográficas dos clássicos são icônicas e aclamadas pelos os fãs exigentes dos livros. Algumas delas são O Morro dos Ventos Uivantes (1992) com Ralph Fiennes e Juliette Binoche, ou a aclamada versão de Orgulho e Preconceito (2005), estrelada por Keira Knightley e Matthew Macfadyen. Mas os clássicos não são os únicos a ganharem adaptações. Em 2020, a Netflix lançou a série dos livros de Julia Quinn, Bridgertons, que logo se tornou a produção mais assistida da plataforma, garantindo a renovação da série por mais duas temporadas. O sucesso foi tanto que segundo pesquisa divulgada pelo Correio Braziliense as buscas pelo termo “Box Bridgerton”, aumentaram cerca de 3.330%.
Observa-se, assim, que as adaptações também são uma forma de levar o público a buscar as obras originais, talvez ainda mais eficiente do que a conexão por hábitos de leitura.Porém, independentemente da forma a qual você foi apresentado a uma história, a importância é o prazer e envolvimento que ele vai te trazer, seja em um romance clássico mais polido, seja em uma história mais intensa e sensual proporcionada pelos romances de época.