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08/10/2021 às 11h38min - Atualizada em 08/10/2021 às 11h22min

Folheando páginas, folheando memórias: pensando a nostalgia a partir de leituras

Os livros como instrumentos de revisitar o passado

Fernando Azevêdo - Editado por Larissa Bispo
Foto: Unsplash

    O carinho por momentos passados é um ótimo atributo do qual o ser humano pode se valer. Sentir saudades de experiências e vivências pode ser proveitoso para tirar um pouco do peso do “agora”. Não no sentido de deixar de viver o hoje, mas adicionar ao pensamento as memórias preservadas, carregando o que de especial há nelas. A nostalgia, partindo das saudades, cumpre bem esse papel de lembrar que o que há de mais significativo pode continuar sendo vivido, de certa forma.
   
    Revisitar alguma fase da vida, através de algum objeto, cheiro, som, além de muitas outras coisas, certamente traz sentimentos bons para as pessoas. Lembrar como aquela coisa interessante entrou na sua vida, como você lidou com ela e o que acabou aprendendo é um exercício que pode trazer muitas emoções. A nostalgia é um sentimento bem plural, na verdade.

    Um dos melhores amigos da maioria das crianças geralmente tem muitas ilustrações, uma história cheia de mistérios e um final satisfatório. Estamos falando do livro, que é uma das memórias de infância mais frequentemente evocadas por leitores. Não é preciso tanto esforço para encontrar uma história assim. Muitas vezes, as páginas de leituras nostálgicas são tão marcantes quanto, por exemplo, o cheiro do bolo que a avó de uma pessoa preparava.

    Um livro já mudou sua vida? Se sim, quando você o leu pela primeira vez? Eis questões bem interessantes. Não é difícil que você se pense naquela leitura de anos atrás - não precisa ser nem na fase infantil. Mas, a nostalgia que esse livro pode despertar em você… como ela é?
   
    "As crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” representa o afeto da nostalgia para Maria Luiza Figueiredo, 19, estudante de jornalismo. O livro a introduziu ao encantador mundo da leitura. Com isso, surgiu o interesse por mais obras semelhantes. A história do guarda-roupa que dá acesso a um mundo totalmente mágico incentivou que Maria Luiza se aventurasse por outras terras fantásticas. Dessa vez, uma porta foi aberta às maravilhas dos livros. Ela relembra isso com afeto.

 
“Quando penso no livro, sinto gratidão pelos personagens, pelo autor e por todo o universo, por terem me proporcionado essa vivência e aberto as portas do prazer na leitura para mim”, declara Maria Luiza.
 

     Em 2013, a capa e o título do livro chamaram a atenção dela. Na biblioteca da nova escola, foi esse livro que ela pegou emprestado. 

      A nostalgia se faz presente no relato da estudante. “É um sentimento muito bacana. Sempre que passa um dos filmes na Sessão da Tarde, ou vejo o livro na minha estante, tenho vontade de esquecer toda a história só pra ler novamente”.

      É muito interessante refletir sobre como os livros podem trazer essa sensação de nostalgia, essa saudade deliciosa. Servindo como objetos de afeto, bens culturais que mantêm a importância ao longo do tempo, mas principalmente espaços seguros para os quais os leitores "viajam" quando desejem revisitar momentos maravilhosos. Quando desejam sair um pouco do presente para embarcar em uma aventura que se mantém preservada por carinho. Por nostalgia. 

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