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08/10/2021 às 18h42min - Atualizada em 08/10/2021 às 12h35min

Modernidade líquida: a transformação das relações humanas

Com o advento da tecnologia ocorreram mudanças nos vínculos da sociedade tornando as relações cada vez mais líquidas

Renata Brito - Editado por Talyta Brito
Reprodução por/ Site Farmacêuticas

Por meio das redes sociais, é muito fácil se conectar com quem quer que seja, chegando a ultrapassar fronteiras. Com o celular na mão, é simples e prático conhecer novas pessoas, novos gostos e todas as novas tendências. É atraente viver em tempos onde as conexões  acontecem de maneira instantânea. Porém, com a mesma facilidade que as conexões estão sendo feitas, elas também são desfeitas. É aí que mora o problema: será que vale a pena persistir em uma relação, quando se pode facilmente construir outras?
 

Para o filósofo polonês Zygmunt Bauman, autor do termo modernidade líquida, estamos vivendo em tempos onde as relações se dão em rede, não mais em comunidade. Por meio da tecnologia, os vínculos são criados, mas não são duradouros. 

 

"Vivemos em tempos líquidos, nada é feito para durar. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos, feito água."
 

– Zygumnt Bauman

As relações líquidas surgem a partir desse universo de possibilidades que temos hoje. Quando um relacionamento não dá certo, o indivíduo tende a buscar inúmeras maneiras de superar o fim. A autônoma Denise Santos (26), já teve vários relacionamentos e diz que apenas um foi mais duradouro, porém ela teve de lidar com o processo pós término, e com isso, decidiu sair com novas pessoas, mas nunca com a intenção de ter algo mais sólido. "Prefiro me poupar de futuras decepções e me sinto bem assim. Acredito que aplicativos de encontros e as redes sociais ajudam as pessoas a se conhecerem, mas sem a finalidade de um compromisso maior, apenas viver uma coisa de momento sem correr risco de se machucar depois", diz ela.
 

A psicóloga Lúcia Barros, afirma que a tecnologia também interfere no âmbito familiar, tornando até estes vínculos mais frágeis, porque as pessoas que são condicionadas a esse instrumento possuem dificuldades em resolver situações nas quais necessitam de diálogos com pares. “As famílias ficam reunidas, mas cada um com o seu aparelho na mão ou olhando para a TV. Não produzem diálogos entre si, o que dificulta na resolução de problemas”, destacou ela.

 

As pessoas possuem uma necessidade de se relacionarem umas com as outras. Contudo, cada indivíduo possui suas singularidades, seus medos, anseios e as suas próprias vivências. Para poder estabelecer uma relação com o outro, é necessário desenvolver habilidades sociais para lidar com os conflitos mediante as diferenças de cada um. Mas muitas pessoas nos dias atuais optam pela fugacidade das relações, para satisfazer de imediato os prazeres momentâneos. E com a rapidez em que estamos vivendo tudo, às vezes deixamos escapar os momentos únicos com a família e com os amigos.

 
 

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