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14/10/2021 às 16h45min - Atualizada em 14/10/2021 às 13h50min

Ecoturismo Marinho: o contrato entre o desenvolvimento socioeconômico e a preservação natural

Conheça três organizações de proteção ao bioma que contribuem para a crescente do ecoturismo no Brasil

Thalita Vizioli - labdicasjornalismo.com
Show de Baleias-jubarte no litoral capixaba. Fonte: Conexão Planeta
Os elementos fantasiosos registrados nas cartas de navegação fizeram dos oceanos um dos ambientes mais temidos na Europa do século XV. Após os conhecimentos decorrentes de estudos em expedições marítimas, o homem reconheceu os benefícios econômicos que explorar além da região costeira lhe traria. No entanto, os manejos incorretos dos recursos marinhos passaram a ameaçar os ecossistemas.

Em 2020, a revista Diversity and Distributions mapeou os riscos à biodiversidade marinha no Brasil, destacando a ameaça de 143 espécies, 161 habitats marinhos e 24 fatores de impacto relacionados a atividades humanas, como a pesca e a poluição.
Nesse sentido, o Ecoturismo surge em 1970 como uma alternativa para que se concilie a preservação natural com o desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, esse tem sido o ramo do turismo que mais cresce, faturando cerca de US$70 milhões anuais, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). Entretanto, em 2020 o índice de atividades turísticas no país caiu 36,7%, sendo preciso que o setor cresça mais de 42% para que se restabeleça o cenário anterior à pandemia, segundo dados do IBGE.

Em todo o litoral brasileiro, são diversas as organizações de proteção ao bioma marinho, atuantes em Áreas de Proteção Ambiental (APA) que fomentam o ecoturismo. Conheça alguma delas e saiba como visitá-las:


AMIGOS DA JUBARTE  –  Vitória/ES



‘’ O Projeto Amigos da Jubarte, fundado em 2014, é uma co-realização do ‘coletivo ambiental’ constituído pelo Instituto O Canal (ES) e Instituto Últimos Refúgios (ES). Desde sua criação, o projeto de conservação tem como objetivo estudar e divulgar a presença das baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) na costa capixaba (Espírito Santo - Brasil). Para isso, o projeto desenvolve pesquisas científicas, atividades culturais, educação ambiental, sensibilização e ações de fomento ao desenvolvimento turístico regional aliado à elaboração de propostas de políticas públicas que promovam a conservação da espécie e o bioma marinho. Dessa forma, o Projeto Amigos da Jubarte adota, para todo o escopo do trabalho, a baleia-jubarte como espécie ‘guarda chuva’, capaz de colocar os holofotes sobre questões de conservação do ecossistema marinho, além de servir como vetor de desenvolvimento sustentável para inúmeras regiões costeiras do estado. “



 

 
OBSERVE AS BALEIAS

O passeio, realizado pelas agências turísticas parceiras do Projeto Amigos da Jubarte inclui acompanhamento por um ou mais guias cadastrados, experientes e capacitados pelo projeto Amigos da Jubarte; passeio em barco homologado pela capitania dos portos do ES; apresentação da espécie jubarte por um pesquisador do projeto Amigos da Jubarte; um mimo de lembrança do passeio e seguro individual.

VALOR ADULTO: 
R$300
VALOR CRIANÇA (6 a 12 anos): R$235
PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PASSEIO ACESSE O LINK

 
ASSOCIAÇÃO PEIXE-BOI   –  Porto de Pedras/AL



A Associação Peixe-Boi é uma das iniciativas pertencentes a Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais, fundada em 2009 para a conservação dos recifes de corais e manguezais, com suas fauna e flora; proteger a população de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus); ordenar as atividades econômicas dentro da unidade e promover a cultura local. Assim, comunitários de Porto de Pedras e São Miguel dos Milagres, no litoral norte de Alagoas, de forma associativa e solidária, organizam passeios ecológico-culturais pela Rota Ecológica de Alagoas para turistas de todo o Brasil e de vários lugares do exterior, para visitação ao Santuário do Peixe-boi: o rio Tatuamunha, onde podem observar o peixe-boi e conhecer o manguezal.

 


OBSERVE OS PEIXES-BOI
A contemplação do rio Tatuamunha começa com uma pequena caminhada pelo povoado até chegar à ponte estreita sobre rio e manguezal. Após a travessia da ponte, onde já se pode contemplar a beleza e riqueza da biodiversidade local embarca-se numa jangada simples, conduzida com varas por 2 remadores. Segue-se por um passeio tranquilo com algumas paradas no leito ou nas camboas do rio, além de uma parada para observar o recinto de readaptação dos peixes-boi e, com sorte, para contemplar os animais livres que podem ser encontrados no percurso.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: Todos os dias, das 10h às 17h.
DURAÇÃO: 1h30 
VALOR: R$50

PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PASSEIO ACESSE O LINK

 REFÚGIO DE ALCATRAZES  –  São Sebastião/SP



Localizado no litoral norte de São Paulo, o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes), criado em 2016, é uma unidade conservação (UC) federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ele abriga mais de 1300 espécies, 100 delas sofrem ameaça de serem extintas. Possui também o maior ninhal de Fragatas (Fregata magnificens) do Atlântico Sul e é área de alimentação, reprodução e descanso para mais de 10 mil aves marinhas.

 


VISITA EMBARCADA

Neste passeio você conhece as belezas do arquipélago dos Alcatrazes, paredões graníticos cercados por uma rica biodiversidade marinha, entre aves e peixes. Pode tomar banho de mar, fazer mergulho de flutuação, praticar esportes náuticos de baixo impacto como caiaques e stand up, e tem a possibilidade de avistar animais marinhos maiores como baleias, golfinhos, tartarugas e tubarões.

DURAÇÃO: 9h
IDADE MÍNIMA: 6 anos
VALOR: R$350
PARA MAIS INSFORMAÇÕES SOBRE O PASSEIO ACESSE O LINK 

 

Referências :

ESCOBAR, Herton. Um novo marco para a conservação marinha no Brasil. Jornal USP, 2020. Disponível em:<https://jornal.usp.br/ciencias/um-novo-mapa-para-a-conservacao-marinha-no-brasil/ >. Acesso em: 9 out. 20
 
MEDEIROS, Wendell Lima Lopes. A atividade do ecoturismo como instrumento de preservação e conservação do meio ambiente. Dissertação de  mestrado em Direitos Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo/SP. 686. 2006.
 
MESQUITA, João Lara. Ecoturismo Marinho: conheça o imenso potencial. Mar Sem Fim, 2019. Disponível em:<https://www.google.com/amp/s/marsemfim.com.br/ecoturismo-marinho/amp/ >. Acesso em: 9 out. 21.

Observação de Baleias-jubarte no Espírito Santo. Quero ver baleia, 2021. Disponível em: <https://www.queroverbaleia.com/>. Acesso em: 9 out. 21.

Turismo de base comunitária. Associação Peixe-Boi, 2021. Disponível em:<https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/es/espirito-santo/noticia/2021/07/09/inicio-da-temporada-de-baleias-jubarte-atrai-turistas-de-observacao-para-o-es.ghtml >.Acesso em: 9 out. 21.

Turismo é uma das atividades com maior capacidade de proteção ao meio ambiente. PortalR3, 2021.Disponível em:<https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/turismo_de_base_comunitaria_em_uc_2017.pdf&ved=2ahUKEwivqOqFo8zzAhUvr5UCHcbCANoQFnoECAQQBg&sqi=2&usg=AOvVaw1oae2eJwto2euefHbTubaC >. Acesso em: 9 out. 21.

Visita embarcada Alcatrazes. Mar e Mar, 2021. Disponível em: <
https://www.maremar.tur.br/passeio/visita-embarcada-no-refugio-de-alcatrazes/>. Acesso em: 9 out. 21.


 

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