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15/10/2021 às 12h08min - Atualizada em 15/10/2021 às 11h36min

Existe razão nas coisas feitas pelo coração?

Análise das disputas cotidianas entre razão e emoção, partindo do livro “Razão e sensibilidade”

Lívia Labanca - Editado por Larissa Bispo
Foto/Reprodução: Divulgação do filme

“Cantiga de amor sem eira, nem beira, vira o mundo de cabeça para baixo....Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca, às vezes sara amanhã” - Carlos Drummond de Andrade

 

Se a razão e a emoção estivessem em uma luta, em quem você apostaria? No livro e no filme “Razão e Sensibilidade", escrito por Jane Austen, vemos a personificação desse embate através de Elinor, que representa a racionalidade, e sua irmã Marianne, que simboliza o lado emocional. Em uma trama inteligente e instigante, acompanhamos o cotidiano e os conflitos entre as duas, de modo que nos leva a refletir sobre como lidamos com esses dois lados em nossas próprias vidas. Nos momentos de tomar decisões no dia a dia, o que pesa mais para que você faça as suas escolhas: a mente ou os sentimentos? E, mais do que isso, será que é possível chegar a um equilíbrio entre os dois? 
 

Os brasileiros são vistos como mais sentimentais, de coração aberto e receptivo, mas quando se fala de emoções, é preciso lembrar que elas não se limitam apenas às positivas; não é apenas o amor, a alegria e a felicidade que predominam, mas também a raiva e o medo. Logo, um povo enxergado como muito emotivo, exibe não só comportamentos afetuosos, como também altas taxas de crimes passionais, de violência cometida no impulso da falta de controle. Porque, afinal, quando unimos a impulsividade à ausência de razão, encontramos uma grande chance para o aparecimento do caos. 
 

No fim, é preciso levar em consideração o lado racional para que não se perca o controle totalmente. Mas se engana quem pensa que ele pode ser usado isolado, ou que as emoções estão atreladas com a fraqueza. Porque há de se lembrar que, para se abrir completamente e fazer barulho quanto ao que se sente, em um mundo que preza pelo silêncio, é preciso uma dose gigante de coragem. Afinal, sem os sentimentos, que graça teria viver?
 

A conclusão a que se pode chegar é a de que, assim como na obra de Austen, precisamos aliar a razão e a emoção de modo que uma não sobreponha a outra. Pois o lado sentimental é capaz de nos libertar para alçar voo, mas precisamos do lado racional para que não nos percamos em meio às nuvens. No fim, pode, sim, se dizer que assim como dizia a banda Legião Urbana, pode existir uma certa razão nas coisas feitas pelo coração. 


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