As fantásticas histórias das Terras Médias, retratadas na trilogia do “Senhor dos Anéis” de J. R. R. Tolkien, ganhou tanta repercussão que após o lançamento do primeiro filme em 2001, a Vila Hobbiton, cenário de gravação, se tornou uma das principais motivações de viagens à Nova Zelândia. De acordo com levantamento feito pelo Tourism New Zealand, órgão oficial de turismo, o país passou a receber o equivalente a 60% de sua população em turistas.
Impulsionado pela indústria do entretenimento e de viagens internacionais, o Cine Turismo é um produto da pós-modernidade, era em que as produções midiáticas superaram a troca de informações, possibilitando a ampliação do imaginário individual e coletivo. Esse, antes construído primordialmente através das narrativas orais, ganhou espaço no audiovisual, a partir da exibição do primeiro filme em 1895, “La Sortie de L’usine Lumière à Lyon”.
A linearidade narrativa, marcada no discurso cinematográfico, seleciona o que é mais importante para o entendimento da história, facilitando assim a apreensão dos elementos simbólicos do mundo. Nesse sentido, a associação desses símbolos e imagens ao local em que se passou o enredo, influencia diretamente na escolha de destinos turísticos. Assim também, tendo como ponto inicial, o abandono do conforto e a saída em busca de um bem maior, a jornada do herói, que caracteriza a história de diversos protagonistas, contribui com a decisão de viajar, uma vez que quem assiste aos filmes deseja vivenciar as mesmas emoções pelas quais passaram os personagens da ficção.
Além de promover as locações, o turismo cinematográfico é uma ferramenta poderosa de afirmação da imagem de uma nação. E essa é a consequência da promoção de visitas à Cabeceiras, cidade nordestina que ganhou o título de "Roliúde Nordestina", após ser set de filmagem de uma das principais produções cinematográficas brasileiras, "O Alto da Compadecida" de Ariano Suassuna. Nesse contexto, com o objetivo de trazer filmagens para o Brasil, a Aliança Brasileira de Film Commissions (Abrafic) criou em 2009, o Manual de Exportação de Locações e Serviços Audiovisuais Brasileiros, onde apresenta dimensões territoriais do país e motivos capazes de atrair produtores audiovisuais, como os incentivos de fomento.
REFERÊNCIAS: