No Brasil, checar a fonte de uma informação ficou cada vez mais complexo diante da quantidade de notícias falsas produzidas diariamente. No país, existe cerca de sete empresas especializadas em fact- checking, que fazem o trabalho de verificação de fatos ou dados. Diante disso, essas agências de checagem de notícias surgiram no país nos últimos anos para auxiliar a sociedade a enfrentar o desafio da desinformação.
Ana Regina Rêgo, jornalista e coordenadora do NUJOC checagem, diz que a grande produção de desinformação realizada no Brasil é um desafio para os checadores de notícias.
“Há uma grande produção de desinformação diariamente que coloca os jornalistas checadores em um trabalho intermitente, vinte e quatro horas por dia. Outro grande desafio é o pequeno alcance que tanto o jornalismo das vias digitais, quanto as checagens tem diante da grande fluidez da desinformação”, afirma Ana Regina.
Regina Rêgo também destaca uma pesquisa feita pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. O Estudo mostra que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras, e alcançam muito mais gente ganhando espaço na internet ao invés de notícias verdadeiras. “Isso tudo faz com que esse cenário seja muito desafiador e do meu ponto de vista não completamente pode ser combatido somente com o jornalismo ou checagem,” acrescenta Ana Regina.
Ana Rita Cunha, diretora de estratégia e comunidades do site de checagem Aos Fatos, diz que o acesso ao conteúdo checado para o público é uma das dificuldades.
“Um dos principais desafios das agências de checagem é ampliar o acesso ao seu conteúdo e chegar a mais leitores. Outro obstáculo é do universo da desinformação, onde as pessoas que desinformam sofisticam seus métodos de produzir conteúdo enganoso e isso dificulta para que investiguemos redes de notícias falsas”, afirma Ana Rita.
A jornalista destaca a necessidade das agências de checagem, pois são importantes para fornecer ferramentas e ajudar as pessoas a navegar diante de tanta desinformação. “Ao checar falas de políticos e boatos das redes sociais, contribuímos com mais informação de qualidade circulando. Além disso, fazemos manuais e explicadores para ajudar nossos leitores a fazerem suas próprias checagens e a compreenderem temas que estão sendo alvo de desinformação”, completa a jornalista.
O Brasil possui algumas agências de checagem de notícias que se destacaram nos últimos anos, fazendo a verificação de discursos políticos, como também na correção de dados falsos sobre a pandemia de covid-19 e outros assuntos. Listamos alguns sites que fazem fact-checking no país.
É considerada a primeira agência de checagem do Brasil. A empresa fundada em 2015, integra a International Fact-Checking Network (IFCN). Trabalha no combate à desinformação através do fact-checking e da educação midiática
Comprova reúne jornalistas de 33 diferentes veículos de comunicação brasileiros para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas sobre diversos temas. O Comprova é uma iniciativa sem fins lucrativos
Criado em 2015 é um site jornalístico independente é especializada em monitoramento e investigação de campanhas de desinformação na internet e checagem de fatos.
É um serviço de checagem feito pelo site G1 que trabalha na apuração criteriosa de notícias que estão sendo compartilhadas nas redes sociais.