A datar de segunda-feira, 6 de dezembro, estamos a exatos 300 dias das Eleições 2022. No dia 2 de outubro do próximo ano, o eleitorado brasileiro — que segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) era de quase 148 milhões de pessoas em 2020 — irá até às urnas para eleger os governadores, deputados estaduais e federais, senadores e o presidente da República, que estarão à frente de nosso país até 2026.
Ainda que o período eleitoral não tenha sido oficialmente iniciado, articulações e alianças político partidárias já começam a tomar forma — principalmente quando o assunto é a disputa pelo cargo de Chefe do Executivo — e a aquecer o cenário político do Brasil. A decisão final sobre quem serão os candidatos à presidência da República, tem de ser tomada pelos partidos até o dia 5 de agosto para que as candidaturas sejam registradas até as 19 horas do dia 15 do mesmo mês.
Embora não haja, até este momento, concorrentes oficiais, alguns nomes vêm sendo citados como principais pré-candidatos ao cargo. Confira abaixo algumas dessas figuras políticas:
O atual presidente da República — que estava sem partido desde 2019, quando saiu do Partido Social Liberal (PSL) devido a desentendimentos com líderes do partido —filiou-se aoPartido Liberal (PL) no dia 30 de novembro e concorrerá à reeleição pela legenda. Contudo, Bolsonaro tem grandes desafios à sua frente. O principal deles é contornar a impopularidade que adquiriu ao longo de seu governo devido a questões que envolvem o gerenciamento da pandemia de Covid-19, o aumento da fome e da pobreza no país, esquemas de corrupção envolvendo seus filhos, dentre outras.
Filiado, desde sua primeira candidatura, ao Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidente tem se movimentado ativamente na busca por alianças para o próximo pleito eleitoral. Além disso, Lula vem dialogado com lideranças políticas internacionais — sobretudo da Europa – o que tem colaborado para a construção de uma boa imagem como pré-candidato. O ex-presidente ainda não tem seu companheiro ou companheira de chapa definido, porém, recentemente, surgiu uma especulação de que Geraldo Alckmin— filiado, atualmente, ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas que cogita migrar para o Partido Social Democrático (PSD) ou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB)— poderia ocupar a posição. Contudo, o tucano não confirmou a possibilidade. Assim como Bolsonaro, Lula tem em seu caminho um obstáculo a ser superado: o forte sentimento antipetista que há no país desde que foram descobertos os esquemas de corrupção envolvendo membros do Partido dos Trabalhadores.
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, se filiou ao Podemos em 10 de novembro e dias depois declarou ser pré-candidato à presidência da República pelo partido. Até o momento, Moro é o principal nome da chamada terceira via— uma alternativa para o eleitorado que busca fugir da polarização entre o ex-presidente Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro— mas vê o governador de São Paulo, JoãoDoria, logo atrás na disputa por ocupar a posição. Entretanto, o ex-ministro precisará mostrar que pode ir além de seu discurso anticorrupção para conseguir verdadeiramente se manter na disputa pelo Planalto.
O governador de São Paulo — que venceu Eduardo Leite e Arthur Virgílio, nas prévias do PSDB — está no páreo com Sérgio Moro pela posição de uma terceira via ao Bolsonarismo e ao Lulopetismo. O tucano, porém, enfrenta dois significativos desafios: a rachadura que há em seu partido e pode culminar em um “fogo amigo” contra sua campanha — já que membros de sua legenda podem apoiar outros candidatos de centro e direita — e a visão antipática que o eleitorado do restante do país tem dele.
Além dos pré-candidatos citados, também há a possibilidade de que figuras como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Alessandro Vieira (Cidadania) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo) entrem na corrida presidencial.
O que apontam as pesquisas?
Divulgada nesta quarta-feira (8), a pesquisa Genial/Quaest— que entrevistou presencialmente mais de 2 mil pessoas entre os dias 2 e 5 de dezembro — mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderando todos os prováveis cenários do 1º turno com uma média de 46% das intenções de voto. Na segunda posição está o presidente Jair Bolsonaro, com cerca de 23% de intenções de votos — 50% a menos que as de Lula. Em terceiro lugar está Sérgio Moro (10%), seguido por Ciro Gomes (5%) e João Dória (2%). No 2º turno, a pesquisa aponta a vitória de Lula com larga vantagem independentemente de quem seja seu concorrente.
Confira mais detalhes sobre a pesquisa e as intenções de voto na análise feita pela CNN Brasil no vídeo abaixo:
O que o eleitorado pode esperar?
Não é possível prever com exatidão o que ocorrerá no cenário político até a data do 1º turno das eleições e nem a maneira como esse contexto influenciará a decisão dos eleitores. Ainda há “muita água para passar embaixo da ponte” e situações não previstas podem ocorrer. O melhor que a população votante pode fazer é se preparar para este período de grande importância. Buscar informações sobre os candidatos e suas carreiras políticas, avaliar criteriosamente suas propostas de governo e checar se cada informação — a respeito do pleito eleitoral e de candidatos — recebida pelas diversas redes digitais são de fato verdadeiras. (Sugestão de portais de checagem de informação: Agência Lupa / Fato ou Fake do g1)