Considerando o crescimento exponencial da utilização das redes sociais durante o período de distanciamento social causado pela pandemia por Covid-19 em todo o mundo, os atores sociais que exercem influência nesses espaços foram essenciais no apoio às campanhas de prevenção, tratamento e vacinação. Considerando o poder de formação de opinião desses profissionais, a linha de abordagem deles foi importante para, além de gerenciar o entretenimento da população que enfrentava o distanciamento social, colaborar para o andamento das ações relacionadas ao contexto pandêmico.
Apropriando-se dos diversos mecanismos digitais de compartilhamento, diversos influenciadores manifestaram, no Twitter, Instagram e Youtube, informações e opiniões acerca dos cuidados a serem adotados na pandemia. Ações como a utilização de máscara, o respeito ao distanciamento e a imunização foram pautas abordadas de modos variados por esses atores digitais. Além desses cuidados de enfrentamento ao Coronavírus, muitas discussões surgiram em relação aos cuidados psicológicos durante o período pandêmico, visando, por exemplo, o incentivo à busca por auxílio profissional de modo virtual e à manutenção de hábitos saudáveis.
Nem todo mundo é MÃE e AVÓ como eu e Dona Lurdes. Mas filho todo mundo é. Então pense no seu pai, na sua mãe e nos pais e mães de todos. E, principalmente, pense no seu avô, na sua avó e nos avós de todos.
— Regina Casé (@ReginaCase) March 17, 2020
Seja responsável.
Fique em casa! pic.twitter.com/A2sjkYHtuM
Twitter de Regina Casé. (Reprodução: @ReginaCase - Twitter)
Providenciando 20 cilindros de 50L de oxigênio pra distribuir nas unidades mais urgentes em Manaus!
— Whindersson (@whindersson) January 14, 2021
Alô meus amigos artistas! Na hora de fazer show é tão bom quando o público nós recebe com carinho né, vamos retribuir???? pic.twitter.com/l5jbd50vfR
Twitter de Whindersson. (Reprodução: @whindersson - Twitter)
Hoje batemos a marca NEFASTA de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Uma doença para a qual JÁ EXISTE vacina, mas ela não chegou para todos porque o governo escolheu o negacionismo e rejeitou DEZENAS de ofertas. Quantos mais perderemos? Basta!! #500MilMortos
— Fafá de Belém (@fafadbelem) June 19, 2021
@MidiaNINJA pic.twitter.com/j7Gw469OsB
Twitter de Fafá de Belém. (Reprodução: @fafadbelem - Twitter)
Alguns influenciadores digitais, inclusive, ascenderam nesse período produzindo fielmente conteúdos ligados ao período pandêmico. Uma pesquisa desenvolvida pelo Science Pulse e o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), apontaram alguns brasileiros que se destacaram como figuras consideradas referências intelectuais no Twitter com relação ao Coronavírus em 2020. Dentre eles, estão: Atila Iamarino (@oatila), biólogo e ex-pesquisador da Universidade de São Paulo (USP); Luiza Caires (@luizacaires3), editora de Ciências do Jornal da USP; e o médico epidemiologista Otavio Ranzani (@otavio_ranzani), também pesquisador do Instituto Global de Saúde e da USP. Esses indivíduos alcançaram milhares de pessoas em todo o Brasil, abordando informações científicas sobre o Covid-19.
Saiu o primeiro estudo que vi projetando como/quando podemos sair do problema da COVID-19. Lerei com mais calma e comentarei, mas as conclusões já são tensas (segue fio): projetam distanciamento e quarentena prolongada ou alternada até 2022.
— Atila Iamarino *ainda de licença paternidade (@oatila) April 14, 2020
É essencial salientar que essa influência nem sempre foi utilizada de modo a favorecer as campanhas e os protocolos adotados pelas gestões de saúde do País. Muitas figuras de influência, além de protagonizarem polêmicas ao participarem de aglomerações durante a pandemia, utilizaram-se de suas redes para disseminar informações denominadas 'negacionistas' quanto ao surto de Coronavírus. Nesse sentido, uma das grandes ações que geraram discussões foi a contratação de influenciadores digitais pelo governo brasileiro para o incentivo ao tratamento com medicamentos sem utilidades comprovadas cientificamente. Profissionais da saúde e milhares de brasileiros reprovaram a ação e as produtores de conteúdos que se envolveram com a campanha foram alvos de muitos ataques e questionamentos.