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22/02/2022 às 16h00min - Atualizada em 04/02/2022 às 22h37min

Shein: a gigante do varejo que se tornou uma vilã para a classe alta e a heroína da classe média

A gigante da internet está cada vez mais protagonizando debates acerca de valores éticos

Madu Sousa - Editado por Beatriz Seguchi
Reprodução / Instagram / @martinbernetti_photojournalist
Nos últimos anos, vivemos o período de pandemia e, após muito tempo em quarentena, as compras on-line dos brasileiros aumentaram cerca de 71%, de acordo com a CNN Brasil. Uma das principais lojas na qual se realizaram compras foi a Shein, uma loja chinesa que ficou extremamente conhecida por sua variedade de produtos, preço baixo e entrega rápida.

Entretanto, os compradores pesquisaram mais a respeito sobre a fabricação e acordaram para o tipo de serviço que estavam consumindo após associarem as condições trabalhistas análogas à escravidão, analisarem melhor as peças e notarem que a qualidade é diferente da anunciada no site ou no aplicativo. Alguns consumidores também se tornaram mais conscientes e, após tomarem mais conhecimento da indústria da moda, perceberam o mal que o fast-fashion faz para o planeta.

A grande questão social sobre esse tipo de indústria é que, embora seja muito critícada pela classe mais alta, que possui condições financeiras para consumir em qualquer loja de desejo, a Shein é uma das queridinhas da classe média justamente por possuir um custo menor do que comparado a outras lojas, que estão no alcance dessa camada social, como Riachuelo, C&A e Renner.

Para a curadora de brechó Yasmin Roriz, “a indústria de fast fashion da atualidade faz roupas de forma desenfreada e sem qualidade, sem pensar no desgaste que faz ao meio ambiente” e a situação piora já que está se tornando cada vez mais comum lojas adotarem esse padrão de consumo rápido com o vai e vem de tantas trends.
De acordo com a consumidora de lojas no modelo fast fahion Júlia Lima, que é uma cliente regular desses estabelecimentos, o que mais influencia na hora de comprar alguma peça são inspirações do Pinterest ou vídeos do Tik Tok. Infelizmente não se pode acompanhar a moda a todo tempo pois alguns fatores impedem os clientes de conseguirem suas peças de desejo e os deixam chateados, além de alguns preços fora da realidade para a qualidade das peças que são vendidas. "A gente cria expectativa de comprar algo que vimos na internet, ou não tem ou é muito caro até nas fast fashion” cita Júlia.

Por fim, tudo acaba virando uma grande bola de neve pois, mesmo com brechós e outros meios de consumir moda, o desaparecimento da shein e outras empresas que funcionam no mesmo modelo não garantirão melhorias trabalhistas e melhores empregos para seus funcionários, da mesma forma em que pessoas que recebem um salário baixo não conseguiriam obter suas peças de desejo tão facilmente. Existem diferentes lados da mesma moeda que sempre ficarão em divergência devido os diferentes pensamentos das classes sociais.

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