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04/02/2022 às 23h18min - Atualizada em 04/02/2022 às 23h18min

Floresce em Paris: após dois anos de reclusão, retorno dos desfiles presenciais marcam temporada de Alta Costura

As grifes entregaram ao seu público um vislumbre de esperança e recomeço

Vitor Coimbra - Editado por Laiz Vaz
Reprodução / Instagram / @Maisonvalentino

A primeira temporada de desfiles de Alta Costura, encerrada na última semana de fevereiro, deixou Paris em êxtase ao apresentar coleções de Primavera-Verão em modo presencial. As grifes entregaram ao seu público um vislumbre de esperança e recomeço.

 

No evento inaugurado pela Schiaparelli, o estilista americano Daniel Roseberry interpretou um surrealismo menos cômico e mais simbólico, chegando mais próximo das figuras de Salvador Dalí que as da própria Elsa. Trazendo cabeças engavetadas e mulheres cósmicas, ele usou os tons preto, branco e dourado para composição da sua paleta. Justamente esse recato nas cores possibilitou o equilíbrio das formas, e a lucidez de um momento pandêmico, que apesar de tantas perdas e mortes, trouxe em sua alegoria um estilo único e presente.

 

"Fazer essa coleção me fez perceber que o excitante para mim neste momento era algo diferente, algo contido. De repente, usar muitas cores me pareceu errado. Assim como muito volume. Todos os truques que os couturiers (e me incluo nessa) usam para comunicar grandeza - as silhuetas enormes, as gloriosas quantidades de tecidos - me pareceram vazias. Mais do que um retorno aos básicos, é um movimento em direção ao elemental”, afirmou Daniel em entrevista a revista Vogue.

O segundo desfile trouxe a grife francesa Chanel sob o comando da designer Virginie Viard. Como cenário, uma instalação de Xavier Veilhan, formas geométricas pendentes no teto em ocre e bege, o show iniciou com a princesa Charlotte Casiraghi, de Monte Carlo, montada em um cavalo, trajando blazer em tweed finamente esculpido em seu corpo. Ela guiou o alazão sobre a passarela enquanto sua postura permaneceu alinhada, austera e aristocrática.

Logo após, surgiram as modelos, uma a uma, se sucederam em peças leves, que permitiram a livre dinâmica do corpo, parecendo ter sobre sua construção o olhar atento de Virginie, fazendo desta coleção algo orgânico, sutil e intimista. E embora esse desfile possa não ser o mais icônico da maison, certamente é aquele que mais nos sugere atemporalidade, provando que mesmo após 113 anos de existência e tendo passado pelas mãos de três designers, ela vive além do tempo, sendo antiga, atual e eterna.











 
Já a maison Valentino, com Pierpaolo Piccioli, veio colorida, com frescor primaveril. Intitulada de 'Anatomia da Alta-Costura', silhuetas diversas emolduraram vestidos, quadris robustos e delgados, corpos jovens e maduros, trazem ao espectador todas as formas de beleza. Como o pink se abrindo num verde musgo, organzas em rosa pálido flutuando sobre a pele negra. O estilista Piccioli tem pleno domínio sobre a cor, é feminino, tátil e sensual.

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