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17/02/2022 às 13h12min - Atualizada em 17/02/2022 às 13h05min

A voz como impressão digital

Entenda o poder que a voz pode exercer sobre as pessoas

Júlia Guimarães - Editado por Andrieli Torres
Foto: Reprodução/UOL

 

Segundo os especialistas em comunicação, a voz é um fundamental instrumento que pode transmitir um código e pode ser tão único quanto uma impressão digital por conseguir transmitir uma série de informações e reações, além de estabelecer um vínculo e uma troca com o receptor.  

A voz também foi um tipo de biometria que mais se obteve pontos positivos e ganhou expansão em estudos, utilidade e aprimoramento durante a pandemia da Covid-19, pois independia do contato e não precisava de uma estrutura muito complexa. 

Marcelo Ribeiro Gomez analisa que é a única autenticação biométrica capaz de ser realizada remotamente, sem um leitor específico. A voz é flexível e tão segura quanto as outras biometrias e mais cômoda. A biometria vocal também se adapta conforme a voz do cliente muda. Pode ser uma mudança momentânea, como uma rouquidão, ou permanente, como a voz de um fumante, mas toda a vez que o usuário interage com a plataforma que usa a biometria, são gravadas novas impressões vocais e o algoritmo se adapta a elas. 

Na fonoaudiologia, a voz se forma de acordo com as características anatomofuncionais de cada indivíduo e os aspectos emocionais de sua história pessoas. Para ela, a forma com que você se comunica diz muito sobre você e pode influenciar a forma com que será visto.  

Ou seja, a voz opera como um cartão de visitas, por meio do fato de que as formantes do som possuem ondas acústicas diferentes para cada pessoas, trazendo com elas informações subjetivas como idade, sexo, procedência, estrutura física, expressões faciais, nível cultural e a forma que vemos o nosso entorno. Assim, esse som é único e intransferível.  

Isso pode ser comprovado com a matéria da revista Exame, que concluiu que 90% dos executivos sentem que a voz influencia a forma como enxergam outro profissional porque dependendo dessas características, você pode ser percebido no ambiente de trabalho como mais ou menos sociável, inteligente, competente ou até pronto para ser chefe. 

Tal fato não difere na área da comunicação, como no radiojornalismo, que na matéria para a CBN, Leny explica que ao os ouvirem na rádio as pessoas criam uma imagem própria na cabeça. Esse recurso foi muito utilizado no programa “The Voice” onde os técnicos escolhem seus times somente ouvindo a voz dos participantes, como também no reality show “Love Is Blind” da Netflix, que soube aproveitar muito bem o recurso dos candidatos se conhecerem por meio de cabines onde eram incapazes de serem vistos.  

Em ambos os programas, a única forma de se estabelecer um vínculo e uma conexão era por meio da voz. Nela, procuram diferenciar e captar emoções, como também expectativas e se livrar de julgamentos feitos por estereótipos ligados a aparência física, sendo uma grande surpresa ao se verem olhon o olho. 

Isso pode ser explicado pela fala do fonoaudiólogo Fagny Fernandes para o Conselho Nacional do Ministério Público, onde alega que “quanto mais o orador consegue trazer a energia vocal, mais consegue entrar na frequência das pessoas que estão ouvindo”.  

O mesmo ocorre na forma poética, na entonação das palavras, ou até mesmo na forma que os sons refletem signos em nossas perspectivas, no curioso fato que cada um poderá ter uma reação subjetiva para ele. A voz e suas cores dão poder a cantores e radialistas em emocionar, entreter, criar reflexão e crítica. 

 


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