Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
20/02/2022 às 13h16min - Atualizada em 20/02/2022 às 11h58min

Prevenção ao Suicídio exige rede de apoio saudável

Familiares e amigos de doentes devem avaliar a própria situação antes de oferecer ajuda

Rafaela Moreira - Editado por: Gabriela Gouveia
Organização Mundial de Saúde (OMS), Psicóloga Thayse Gomes, Associação Internacional para prevenção ao Suicídio
Hospital de Araguaína
O suicídio é responsável por mais mortes do que o HIV, a malária, as guerras e os homicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) em relatório publicado em junho deste ano. Mesmo assim, falar sobre o assunto ainda é considerado um tabu, mas, não falar, por outro lado, pode custar muitas vidas. Lutar contra o Suicídio e prevenir novos casos é o principal objetivo das campanhas feitas contra o suicídio.

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como tema e
ste ano: Criando Esperança através da Ação, que remete a necessidade de uma ação coletiva para o enfrentamento das questões que envolvem a saúde mental.

De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde, o suicídio e as tentativas de suicídio tem um efeito domino que afeta não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades. Por isso é tão importante que famílias, amigos e outras pessoas do convívio de alguém em tratamento para depressão e outros transtornos constituam uma rede de apoio a este processo.

De acordo com a Psicóloga Thayse Gomes:
 "Para uma rede de apoio saúdável  é necessário primeiro que familares e pessoas próximas avaliem a própria saúde mental, dentre outros fatores. Para que possamos ajudar pessoas em tratamento preventivo ao suicídio precisamos sempre começar pela nossa saúde mental, fazer auto avaliações reais sobre nossas condições de nos disponoibilizar com a rede de apoio a essas pessoas, levantar se existem outras pessoas possíveis de ajudar para que não se torne uma sobrecarga também para os cuidadores  e buscar meio de informação, orientação e  acompanhamento individual, familiar  e ou conjugal, vislumbrando o suporte tanto de quem precisa do tratamento quanto de quem cuida. O segundo passo é estar atento aos sinais e condições que possam favorecer os pensamentos, ameaças, tentativas e atos suicídas da pessoa em tratamento. É muito importante ter em mente que uma pessoa com histórico de tentativa de suicídio apresenta muito mais risco que uma pessoa que nunca tentou, principalmente quanto há comorbidade com outros indicadores  como apresença de trasntornos mentais preexistente, a exemplo da depressão , transtorno bipolar, esquizofrenia, dentre outros transtornos de personalidades, ou com uso abusivo ou dependência de substâncias como álcool e outras drogas psicoativas".

A psicóloga Thayse Gomes também destaca: "Para o enfrentamento das doenças mentais, é muito importante desconstruir a ideia de que a depressão e os pensamentos suicídas precisam ser "vencidos". Essa percepção só contribui para que cada novo sintoma, recaída, crise que são comuns no quadro geral, seja associado a um suposto fracasso, alimentanto ainda mais os sentimentos negativos, de desesperança, a autodesvalorização, alimentanto um ciclo retroalimentar que precisa ser descontruído, para que a pessoa entenda que está tudo bem recair, ter uma nova crise. E que isso não faz dela incapaz, insuficiente ou inútil.

É possível identificar o problema quando a pessoa não se importa mais com as coisas básicas da vida. Ela não liga se comeu ou não, se tomou banho ou não. Quando  perceber que a pessoa não tem mais animo e não vê mais finalizade em estar vivendo a sua vida, já se abre um alerta de que algum aconteceu e o sofrimento está insustentável. Tem que se procurar ajuda.

É preciso a conscientização da importância do auxílio de profissionais, como pscólogo, psiquiatra, terapeuta ocupacional, dentre outros profissionais que assim se façam necessários. A pessoa que se encontra em acompanhamento de prevenção de suicídio precisa perceber, dentro de suas possibilidades, outras formas de lidar com seu sofrimento que não lhe inflijam qualquer lesão ou risco de morte, permitindo então que consiga vislumbrar outros meios que não seja tirar a própria vida.  

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »