Nesta tarde de sábado(26) enquanto a delegação gremista chegava no Beira Rio para o clássico Gre-Nal 437, o ônibus do clube tricolor foi atingido por algumas pedras e barra de ferro atiradas por torcedores colorados. Com isso, o Grêmio decidiu não disputar a partida, informou à Federação Gaúcha de Futebol(FGF), e o clássico está oficialmente suspenso.
O jogador Villasanti foi o mais atingido. Ele teve ferimentos na região do rosto, braços e pernas e foi levado ao hospital onde os médicos constataram que o atleta teve traumatismo craniano. Thiago Santos e Victor Bobsin também se machucaram, mas com menor gravidade e foram atendidos no próprio local.
Em nota, o Grêmio informou sobre o estado de saúde de Villasant “O atleta está bem. [Está] sob cuidados no hospital Moinhos de Vento, onde fez todos os exames do protocolo de traumatismo e concussão do hospital. Teve um TCE (traumatismo craniano) e, em virtude do traumatismo, uma concussão cerebral. A atleta não tem fratura na cabeça. Tem escoriações no rosto e trauma no quadril.”
Com o auxílio das câmeras internas do estádio colorado, a Brigada Militar identificou dois homens suspeitos de terem deferidos os ataques à delegação gremista e ambos estão detidos. A brigada não informou as idades e identidades dos detidos. Os dois prestam esclarecimentos na área judicial do Palácio da polícia, na capital gaúcha.
Devido a esse ato de violência, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, logo após o ocorrido disse que o clube não tinha condições de jogo e que iriam se retirar do estado. Segundo Bolzan, além do tumulto, houve abalo do psicológico dos atletas.
A Federação confirmou o adiamento do jogo próximo às 20h10 em nota divulgada no Twitter: "A Federação Gaúcha de Futebol - FGF comunica que o Gre-Nal deste sábado (26) está adiado. Uma nova data será informada em breve, assim que finalizada a reunião com os clubes", disse.
Aos jornalistas, Romildo justificou sua decisão: “Não, não vamos jogar, já comunicamos a Federação. É um fato muito semelhante, em gravidade igual, ao jogo Boca e River (final da Libertadores de 2018, que foi transferida para Madrid por causa dos atos de violência no entorno do estádio do River). Não nos sentimos seguros. Há um desequilíbrio técnico tremendo porque o jogador estava escalado para a partida. Vários jogadores foram tomar banho porque estão cheios de vidros e não há mais condições técnicas e psicológicas para disputar a partida.”
Já o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, disse à imprensa que o clube repreendeu veementemente este tipo de atitudes, que está disposto a contribuir para que tudo se resolva e no que for preciso. Em contraponto, Barcellos afirmou que o adiamento do clássico pode prejudicar o Colorado, que por não "poderia contar com alguns atletas em uma nova data".
MAIS UM CASO DE ATAQUE; A HISTÓRIA SE REPETE
Não é a primeira vez que uma delegação é atacada antes de uma partida. Infelizmente, no Brasil, recorrentes vezes vem acontecendo situações como estas, ou até mesmo piores.
Vários episódios de violência ocorreram nesta semana. Na última quarta-feira (23) a delegação do Náutico foi atacada por "torcedores", que foram cobrar os atletas e arremessaram diversos objetos em direção a van do clube, que acabou tendo um dos vidros quebrados. Isso aconteceu no desembarque da equipe no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, no Recife, depois da eliminação na Copa do Brasil para o Tocantinópolis.
Além deste, mais um caso chocou a todos recentemente. Na quinta-feira (24), o ônibus do Bahia foi atingido por uma bomba antes do jogo da Copa do Nordeste. O goleiro Danilo Fernandes foi atingido e acabou tendo que ser levado ao hospital. Segundo profissionais do clube, Danilo ficou próximo de perder a visão por causa dos estilhaços. Além disso, Matheus Bahia também foi afetado, mas de forma superficial.