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11/03/2022 às 22h15min - Atualizada em 11/03/2022 às 22h08min

As dificuldades do Estado do Rio de Janeiro ao enfrentar a pandemia da covid-19

Segundo pior enfrentamento a pandemia, caos econômico, inconsciência política, abismo social e colapso na saúde deixou todo o Estado do Rio de Janeiro em situação de vulnerabilidade

Heron Enzo - labdicasjornalismo.com
Leitos de UTI no Hospital Ronaldo Gazzola, na zona norte do Rio de Janeiro, durante pandemia da Covid-19 (Foto: ESTADÃO CONTEÚDO)
Praias lotadas, baladas, festas, reuniões de família ou entre amigos, bares e restaurantes lotados, transporte público cheio, má gestão e administração, além da péssima atuação dos políticos responsáveis pela localidade do Rio. A fragilidade do sistema de saúde carioca resultou em uma contaminação em massa e números expressivos de mortes. Segundo o portal G1, um quarto da população que morreu por covid-19, aconteceu antes de o paciente chegar à UTI.

O colapso no serviço de saúde público e no privado vem com uma série de medidas erradas cometidas principalmente pelo comitê científico do estado, governo, prefeitura, os más exemplos do presidente da República e a Câmara de Deputados. Recentemente foi liberado o uso de máscaras nos locais abertos, porém o Rio nunca teve sérias medidas de restrição para combater a pandemia; por parte dos parlamentares a inconsciência política e o xadrez eleitoral foram dois pilares que ocasionou uma “guerra” entre as polaridades políticas e o excesso de afrouxamento nas regras sanitárias.

O abismo social e o caos econômico no Estado carioca é uma realidade pavorosa e caótica que atrai consequências negativas à população janeiropolitano, principalmente a de baixa renda, que tem uma necessidade de trabalhar pela manhã para ter comida a tarde. 
Ultimamente, estes cidadãos são invisíveis, seja por: apagamento da cidadania, péssimas condições de vidas, educacionais, sociais e inacessibilidade ao sistema de saúde. De acordo com dados apresentados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nos bairros mais pobres do Rio de Janeiro houve mais mortes por covid-19 do que em áreas mais urbanizadas.

Para a pós-graduanda em Direito Público, Gabrielly Alves, o contexto da sociedade carioca é bastante desigual, nos altos das favelas é composto por moradores de baixa renda que necessitam do trabalho braçal para que possam receber os seus salários, e que em alguns casos, os trabalhadores são autônomos. Ou seja, precisam sair de casa para ganhar o provimento, já que não possuem o respaldo da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). 

Portanto, em época de COVID-19, em que o isolamento social foi um dos meios necessários para sustar a contaminação entre a população, esse problema estrutural se potencializa, pois boa parte da poçulação ficou sem trabalhar. Diante dessa realidade, alguns deles se submeteram a permanecerem trabalhando e se contaminando, outros, se recolherem e tiveram que se manter dentro dos programas do governo como foi o caso do Auxílio Emergencial; e outros se mantiveram dentro do programa Estadual do Governo do Rio de Janeiro no fornecimento de cestas básicas. O que demonstra algumas das políticas públicas que foram utilizadas para amenizar os danos desse período tenebroso. Além desses, houve uma mobilização específica no ano de 2020, para os vendedores ambulantes, taxistas e outros, em que estes recebiam cestas básicas pois estavam inviabilizados de trabalhar.

Entretanto, mesmo com a existência de tais programas, os relatos comunicam a dificuldade que essas famílias tiveram em se manter durante o período de isolamento social e com isso, o acúmulo de dívidas e despejos por falta de pagamento de aluguéis. A Constituição da República garante a todos, em seus artigos 5º e 6º, o direito á saúde, moradia, alimentação dentre outros direitos, todos fornecidos de modo digno. Porém, a efetividade de tais direitos  permanecem sendo uma utopia. 

Gabrielly Alves também ressalta como a inconsciência política e o xadrez eleitoral no Estado do Rio de Janeiro foi um fator primordial à péssima gestão, gerando elevado números de mortes. O Rio de Janeiro tem sido manchete em noticiários demonstrando a alta corrupção que há na administração pública, não só na cidade do Rio de Janeiro, como também no Estado. E a corrupção no âmbito da saúde pública em tempos de pandemia, é mola propulsora para um extermínio.  

Em 2020, no site do G1, foi noticiado o esquema de corrupção com um desvio de dinheiro em quase R$1,8 bilhões de reais dos anos de 2007 a 2020, o que resultou na falta de leitos no início da pandemia em que as pessoas morriam antes mesmo de conseguirem seus leitos para tratamento. Podemos ver que em ano eleitoral, o governo se manifesta afim de alcançar os meios para que as eleições aconteçam e como consequência, temos no Rio o coeficiente de 70% da população vacinada, já permitindo a desobrigação do uso de máscaras em locais abertos o que é uma clara manifestação de mostrar para a população que tudo anda bem para que as eleições aconteçam.

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