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18/04/2022 às 17h54min - Atualizada em 18/04/2022 às 15h54min

A banca de livros que vende esperança

“Nosso diferencial é ter um acervo plural, dos clássicos a literatura atual”, disse Bruno Policarpo ao Lab

Tassia Gomes - revisado por David Cardoso
Jornateca. (Foto: Acervo pessoal/Bruno Policarpo)

Quem passar (com um olhar atento) pela Rua Dr.Jurumenha na esquina com a João Pessoa no Bairro Vermelho em São Gonçalo – RJ, vai perceber uma banca de livros diferente, na qual, vende-se sonhos, paixões e é possível conhecer o mundo.

Bruno Policarpo, 39 anos, natural do Rio de Janeiro, casado e pai de dois filhos, teve uma ideia brilhante abrir uma biblioteca comunitária ou melhor, uma banca de livros comunitária, chamada carinhosamente de Jornateca, com o objetivo de atender e transformar através da leitura a vida de adultos, jovens e crianças principalmente aqueles que por questões financeiras, por exemplo, não tem acesso aos livros.

Com mais de 998 livros no acervo que vai dos clássicos da literatura até romances da geração atual, a Jornateca foi criada em agosto de 2021, em meio ao caos da pandemia do COVID19 para trazer esperança de dias melhores.

Em entrevista ao Lab, Bruno, nos explicou como surgiu a ideia da biblioteca comunitária, o processo de criação e os planos para o futuro.

Como surgiu a ideia de abrir uma biblioteca comunitária?

A ideia surgiu durante a pandemia do coronavírus (COVID19), percebi que muitas pessoas principalmente crianças e jovens não estavam tendo acesso à leitura, tanto por falta de aula nas escolas como por questões financeiras e percebi que precisava fazer algo a respeito. Depois de pensar em vários projetos, me dei conta que tinha bastante livros que poderiam ser compartilhados com a comunidade só não sabia onde e como. Um dia passeando de bicicleta pelo bairro percebi que às bancas de jornais “vendiam” financeiramente falando de fato informação. Daí veio a ideia de colocar os livros na banca. Adquiri o espaço e comecei a trabalhar toda a elaboração do projeto e no dia 27 de agosto de 2021 após o fim das restrições por causa da Covid abrimos a biblioteca comunitária.

Como o projeto funciona, desde o aluguel do livro até a devolução?

Todo nosso processo é através de um App que gerencia todo nosso acervo e controla nosso empréstimo. Mantemos contato com o a pessoa que retirou o livro através do Whatsapp.

Quanto tempo a pessoa fica com o livro emprestado?

No máximo 30 dias. 15 dias renovável por mais 15 dias.


Jornateca.

Jornateca.

(Foto: Reprodução/ arquivo pessoal Bruno Policarpo)

Quais os serviços oferecidos a população?

Além de trabalhar com empréstimos através da Jornateca, é feito um trabalho de doações de livros e gibis para alunos de escolas públicas. No ano de 2021 doamos 465 livros para uma escola e distribuímos 200 gibis em nossa comunidade afim de estimular o hábito da leitura.
 
E para quem quiser contribuir com doações, como deve proceder?

Recebemos doações de várias partes do país, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Tocantins, Pará e Minas Gerais. Alguns autores que gostam do projeto fazem questão de nos presentear. E outras doações através de nossa lista desejo que realizamos nas nossas campanhas. A pessoa escolhe o livro que quer doar, então, pode deixar pessoalmente, nos enviar pelos correios ou nos enviar o Pix para adquirimos o livro. A chave Pix é: mais1jornateca@gmail enviamos o comprovante de compra para quem nos enviar o dinheiro. Estamos também no Instagram, perfil @jornateca e abrimos de quarta-feira das 18:00 às 20:30 e sábado de 9:00 às 14:00
 
Quais os planos para o futuro?

Nosso próximo passo é realizar um estudo de impacto que o projeto causa na comunidade utilizando ferramentas substanciais aplicadas na gestão profissional da cultura, como o método de Canvas, Análise Swot, Mapa de manda entre outros e assim, em um futuro próximo abrir uma outra Jornateca em outro bairro. 


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