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26/05/2022 às 22h17min - Atualizada em 26/05/2022 às 00h40min

Estilista desenvolve coleção em prol da causa LGBTQIA+

A coleção Marca Visível ressignifica cicatrizes por meio das peças de roupas

Uandyléia Dias - Editado por Hanelise Brito
Cortesia


Com o propósito de apoiar a causa LGBTQIA+, o estilista brasileiro Isaac Silva desenvolveu a coleção ‘Marca Visível ’ em parceria com a Casa Neon Cunha. A linha do estilista tem como intuito reverenciar a trajetória da comunidade por meio de cicatrizes impressas em roupas. 
 
A coleção possui seis peças na cor branca com um pequeno detalhe colorido simbolizando a cicatriz de cada personagem que inspirou a peça, ou seja, cada uma das peças da linha conta histórias de pessoas que fazem de suas cicatrizes seus símbolos de resistência.
 
Uma inovação é que ao aproximar o celular da roupa, é possível conhecer cada vivência por meio da tecnologia NFC (Near Field Communication), uma tecnologia de comunicação sem fio presente em diversos smartphones.

 

Para a coleção, o estilista utilizou como inspiração:

 

  • Renata Perón, uma mulher trans, que têm uma cicatriz na região do rim após perder parte do órgão numa agressão sofrida por skinhead (movimento feito por um grupo de jovens capazes de matar ou morrer por uma ideologia com o uso de violência extrema contra gays, negros, nordestinos e judeus); 

 

  • Samuel Samuka, gay, que tem como cicatriz suas lembranças de agressões na infância; 

 

  • Kad Santos, mulher trans que tem cicatrizes diversas pelo corpo de agressões sofridas ao longo da vida; 

 

  • Amanda, mulher trans, que têm uma cicatriz de um tiro, sofrido na rua, nas costas; 

 

  • Ray, mulher não binária, tem cicatrizes de agressões e automutilação;

 

  • Bernardo Gael, homem trans, que tem uma cicatriz na região do seio por conta da remoção das mamas. 

 
As histórias contadas através das peças evidenciam orgulho e resistência. A postura do estilista de fazer uma coleção contando casos reais de pessoas que encontraram no acolhimento e proteção, a superação para as diversas violências que sofreram é de extrema transformação social para o universo tão elitizado da moda. 
 
Isaac conseguiu ressignificar as cicatrizes, e ao tirá-las da pele e transformar em marca de roupa, entregou uma mensagem de extrema potência para todas as pessoas, mostrando que existe uma rede de apoio, amor e acolhimento que se juntam na busca por uma construção de futuros potentes para a comunidade que sofre com violências e agressões.
 
A coleção, além de exaltar e defender o legado da luta LGBTQIA+ no Brasil, também busca destinar 100% do lucro das vendas para a instituição Casa Neon Cunha, uma organização não governamental sem fins lucrativos que acolhe e presta serviços de cidadania voltados à população LGBTQIA+ no estado de São Paulo.
 

 
 

 

 


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