Pessoa abrindo o perfil inicial da Netflix. (Foto de David Balev no Unsplash)Para entender a importância das produções brasileiras nas plataformas de vídeos internacionais, é preciso voltar do ponto onde o streaming de vídeo ganhou mercado esse popularizou, abrindo novos rumos para grandes produções, antes vistas somente em cinemas.
Tudo começa em 2007, quando a Netflix, empresa que já existia há um tempo, como locadora de filmes, lança um serviço online de vídeo, somente em 2010 o serviço atinge seu segundo país, o Canadá. Em 2013 a plataforma estreou House Of Card, o seu primeiro grande investimento para uma produção própria.
A Netflix estava dando muito certo, conquistando o mundo, mas a maioria do catálogo do streaming era produções de outras empresas, essas outras grandes empresas vendo o crescimento da Netflix, e principalmente vendo seus produtos ganhando outros públicos pelo mundo, por outra plataforma resolveram lançar os seus próprios serviços. Isso provoca na Netflix a necessidade de expansão e investimentos em suas próprias produções. Porque, com a criação e expansão dos concorrentes, seu catálogo não original vai deixando a plataforma.
Com produções próprias, e alcançando dezenas de países, a antiga locadora de filmes sai na frente. A maior grande produtora de audiovisual lançado somente online, e é uma das empresas mais valiosas do mundo. Atualmente a plataforma atinge 190 países, de fora da lista está China, Coreia do Norte, Crimeia, Rússia e Síria.
Guerra dos streamings
Em 2016, quando a Netflix estava sozinha no Brasil, lançou sua primeira produção nacional para o mundo, uma grande distopia, 3% que encerrou seu ciclo com quatro temporadas em 2020. Com a estreia da série o serviço ganhou mais assinantes brasileiros que só podiam ver a série na plataforma, além de apresentar para o mundo uma produção nacional de grande investimento, com atores já conhecidos, e novos eclodindo para o mundo, exemplo da expendida Vaneza Oliveira (como Joana) em seu primeiro grande trabalho, que deu um espetáculo de atuação, abrindo portas para outras produções como: Kairo, Noturnos e Sobre Rodas.
Hoje além da futurista 3%, o folclore brasileiro pode ser visto em Cidade Invisível pela Netflix, protagonizado por Alessandra Negrini e Marco Pigossi, falando nele, o ator conhecido por diversas novelas na Tv Globo, foi confirmado no Spin off de The Boys, que é uma das séries mais famosas do mundo, atualmente.
A força das novelas que costumam parar o país, como Vale Tudo, A Força do Querer e Avenida Brasil, agora serão produzidas também pelo serviço da WarnerMidia, o HBOMax que é conhecido por qualidade de suas produções, a exemplo de Game Of Thrones, que revolucionou as produções de grande duração.
O mundo já pode apreciar grandes produções brasileiras no streaming, e isso deve aumentar ainda mais. O Brasil tem mais de 200 milhões de pessoas, com muita diversidade de cultura, e paisagens em seus 26 estados, aqui há territórios para todos os tipos de produções, e o que não falta é profissionais.
A concorrente Prime Vídeo tem feito o mesmo, de suas produções nacionais, vale destacar as mais aclamadas; Dom e Manhãs de Setembro, produção interpretada em maioria por pessoas pretas, e focado na vida cotidiana e dilemas de uma mulher Trans.
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HBOMax, vai fazer a primeira novela brasileira, com grandes investimentos em produção e elenco de peso, como Tony Ramos e Camila Pitanga, a Netflix também está de olho, e pensa em fazer novelas, recentemente a plataforma lançou a primeira Sitcom brasileira de seu site, A Sogra Que Te Pariu, foi um sucesso mundial, chegou a ser a produção em língua estrangeira mais vista do streaming no mundo. A Prime Vídeo está produzindo uma série de filmes, baseado no livro Um Ano Inesquecível de quatro autoras brasileiras.
A vida do artista brasileiro não é fácil, porque nem sempre tem trabalhos, e há cada vez menos investimentos públicos nas produções, é muitas vezes é feito o contrário, como em Marighella, e Medida Provisória, que foi boicotado pela própria ANCINE (Agência Nacional de Cinema) tentando censurar os lançamento dos filmes no país.
A Tv Globo já não é considerada a toda poderosa quando seus concorrentes se tornaram de níveis mundiais, e podendo ganhar grandes prêmios internacionais. Os grandes contratos acabaram, e o rodízio de atores se tornou natural. O ator que estava na novela Bíblica da Record pode ser visto na própria Globo ou assinar com uma das plataformas digitais. A emissora carioca perdeu Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos para a Amazon, Bruna Marquezine que está em séries e filmes no Netflix, e vai fazer o filme da DC Comics, Besouro Azul.
E não é só atores que ganham com isso, o mercado do audiovisual é enorme,com milhares de possibilidades: produtores, diretores, cinegrafistas, roteiristas, maquiadores, designer e tantos outros profissionais que acabam ganhando com toda essa movimentação, e concorrência, que acabam movimentando as próprias empresas nacionais. A Globo fez seu maior investimento em novelas com o remake de Pantanal, e tem dado resultado, é a maior audiência no PNT (Painel Nacional de Televisão), e o que mais repercute na internet durante toda a semana.
Os grandes investimentos, para uma produção de qualidade é preciso, e movimenta para que os concorrentes façam o mesmo, com isso ganha o público com as diversas opções, ganha as empresas, ganha todo mundo envolvido. O mais importante de tudo, e a cultura e, produções nacionais sendo valorizadas.
