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11/07/2019 às 14h21min - Atualizada em 11/07/2019 às 14h21min

Racismo reduz inserção de negros no mercado de trabalho

Pesquisa da Oxfam aponta que 52% dos brasileiros acreditam que negros ganham menos por serem negros

Ana Júlia Bastos - Edição: Giovane Mangueira
Foto/Reprodução: Internet

O Brasil possui a maior população afrodescendente seguida da África e, ainda assim, os negros continuam sendo o maior alvo da violência e da desigualdade no mercado de trabalho. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela organização internacional Oxfam Brasil, mostra que 72% dos brasileiros acreditam que a cor da pele influencia empresas na hora de contratar, 52% concordam que negros ganham menos por serem negros e 71% acreditam que a justiça é mais dura com os negros.

O racismo é um dos principais problemas sociais enfrentados nos séculos XX e XXI, gerando exclusão, desigualdade social e violência. O negro é duplamente discriminado no Brasil por sua situação socioeconômica e pela cor da pele. O mercado de trabalho demonstra, entre outros aspectos, a consequência do processo histórico que conformou esta sociedade.

O estudante de Ciências Sociais Pedro de Oliveira foi vítima de um ato racista ao procurar um emprego. “Eu estava participando de um curso para ser bartender (que trabalha em estabelecimentos servindo coquitéis) de uma empresa que presta serviços de luxo. Estava me destacando e no final do dia o gerente me chamou para conversar e disse que eu não fazia o estereótipo da empresa, eu era o único negro enquanto os outros concorrentes tinham pele clara e perfis de modelo”. conta o estudante.

Ainda segundo ele, foi bastante proativo e prestativo a equipe. “Lembro de ter aprendido tudo rápido e ainda ajudar outros concorrentes. No dia eu não entendi o porquê de não ter sido aprovado, mas hoje vejo claramente que houve racismo estrutural ao selecionar os participantes”, revela Pedro de Oliveira.

O racismo no Brasil é estrutural na sociedade, uma vez que é construído por relações de poder e opressão. Isso fica evidente na constatação de que poucas pessoas negras ocupam cargos de chefia em grandes empresas, nos cursos das melhores universidades, a maioria esmagadora de estudantes é branca e quando há a utilização de expressões linguísticas e piadas racistas. O racismo estrutural está consolidado na cultura de um povo, de maneira que, muitas vezes, nem parece racismo.

 

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