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03/03/2023 às 12h35min - Atualizada em 03/03/2023 às 12h28min

Representação feminina de Clarice Lispector na literatura

Raiza Souza - Edição: Franciele Fernandes
https://iaminteligenciaemmoda.com.br/ponto-de-vista/jornalismo-de-moda-e-se-clarice-lispector-fosse-capa-da-vogue/

Antigamente a mulher tinha uma única função na sociedade, a de cuidar da casa, para que não nos envolvêssemos com afazeres “masculinos”. Com tempo e muita luta, algumas coisas foram conquistadas e a mulher teve seu espaço aumentado na sociedade. Muitas puderam estudar, fazer faculdade e dedicar-se a literatura e a escrita. Uma delas ficou conhecida no Brasil, por volta dos anos 40 do século passado, por seus feitos a literatura brasileira como mulher. Era Clarice Lispector.

 

Em dezembro de 1920 nascia Clarice Lispector, uma escritora e jornalista brasileira nascida na ucrânia, e que através das suas obras abriu um espaço feminino do mundo da escrita e teve grande influência por meio de seus livros e contos até os dias de hoje. Ainda quando criança, Clarice já escrevia histórias e era conhecida pelos familiares como uma ''escritora nata”. Trazia consigo uma grande paixão pela escrita, mesmo sendo uma garota, onde os livros que dominavam a literatura, eram compostos por mulheres escritas por homens.

 

Após a entrada na faculdade de direito, surgiu para a crítica em 1943, com a publicação de “Perto do coração selvagem”, mas os jornais já contava com sua escrita muito antes dessas publicações. Para muitas das mulheres se tornou um marco no jornalismo, que com seus pseudônimos, alguns como, Tereza Quadros e Helen Paumer, fez história em colunas destinadas ao publico feminino, que já exigia uma certa demanda naquela época, quebrando os tabus da linha ideológica. Em sua juventude, Clarice foi uma das poucas representações femininas nas redações de jornais. Nas suas produções de ficção, já era tida como fenômeno literário no mundo da crítica, ficando subjacentes aos intelectuais e a crítica.

 

Suas obras traziam com ela a representatividade da mulher, personagens femininas escritas por uma mulher e feita para elas. Conhecida como uma das melhores escritoras brasileiras, Clarice escreveu romances, contos, crônicas, literatura infantil. De personalidade singular e forte, pouco se importava com as críticas e, segundo ela:

Eu escrevo sem esperança de o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”

 

 

Na década de 40, no Brasil, ainda estava fortemente presente o romance com cunho regionalista. É nesse cenário que Clarice traz, com suas histórias, romances e contos, as experiencias vividas pelos seus personagens como foco principal. Ela se destacaria pelo uso de uma escrita fragmentada, fortemente linguística e com a representação de intimidade feminina.

 

A partir dos projetos de Clarice Lispector, das informações sobre sua história e sobre a representação da mulher na literatura, pudemos perceber o lugar de destaque da escritora na literatura brasileira.

Esse ''casamento'' entre a linguagem e a preocupação com o mundo a sua volta, com a mulher e com a vontade de fazer diferença, fazendo tudo parecer arte, vislumbrando as autenticidades da vida, faz com que ela seja uma expressão única no mundo da literatura para as mulheres.


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