O aumento no número prováveis casos de dengue tem chamado a atenção nos últimos meses, de acordo com o Ministério da Saúde, os três primeiros meses do ano trouxeram um total de 496.130, o que apresentou um aumento de quase 48% em relação ao ano passado, dado que preocupa embora o aumento de casos já fosse esperado. Isso porque, ainda em 2022, o número de casos de dengue alcançou recorde histórico, aumentando em 162,5% em relação ao ano de 2021, esses dados foram levantados conforme notificações ocorridas entre 2/1/2022 e 31/12/2022, e comparados ao mesmo período de 2021.
Neste ano, percebeu-se também um aumento em relação ao número de óbitos causados pelo vírus. O Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) divulga boletins que atualizam referente alguns dados da dengue, chikungunya e zika; esses dados são agrupados nas chamadas semanas epidemiológicas (SE). Até então, o mais recente foi divulgado no dia 14 de abril (SE 14), e em seu diagnóstico já acumulava 228 óbitos confirmados de dengue, e outros 254 em investigação. Em 2022, no ano inteiro, haviam sido confirmados aproximadamente 1.016 óbitos.
De acordo com os boletins, o aumento de casos prováveis entre as duas últimas semanas foi de mais de 93 mil. Os especialistas relacionam este aumento dos casos, que acontece nas Américas como um todo, também às mudanças climáticas que vêm ocorrendo no mundo, com chuvas propiciando o desenvolvimento de mosquitos transmissores e até aumentando a resistência deles a inseticidas, por exemplo. Com o desequilíbrio climático acontecendo sem trégua, regiões que antes não apresentavam ambiente propício para a doença passam a se tornar preocupantes, em especial os países não tropicais e, dentro do Brasil, a região Sul, que perde apenas para o Sudeste em números de casos prováveis, contabilizou 113.967, segundo o último boletim do Ministério.
Ainda no mês de março foi aprovada pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - uma nova vacina, a Qdenga, fabricada pela empresa japonesa Takeda Pharma, mas ela não é a primeira vacina disponível contra a dengue, a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi- Pasteur já está no mercado, porém é indicada apenas para pessoas que já tenham contraído a dengue por algum dos quatro subtipos do vírus (DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4). A nova vacina permitirá a injeção tanto naquelas pessoas que já foram acometidas por um tipo da doença, quanto para as que nunca tiveram contato com o vírus, na faixa entre quatro e 60 anos. Para estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina precisa ser incluída no calendário de imunização do Ministério da Saúde, o que ainda não tem data para acontecer.
No geral, os especialistas concordam sobre a importância dos reforços das mensagens transmitidas pelos agentes de endemias durante os surtos, sobre atitudes de combate ao mosquito Aedes Aegypti, como não deixar água parada em pneus e outros locais. Ainda que simples, notou-se que houve certo esfriamento nos últimos anos e com o avanço dos casos, a conscientização desses atos simples se unem aos demais esforços de erradicação da doença.
Referências
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