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08/06/2023 às 01h31min - Atualizada em 08/06/2023 às 01h31min

A última vitória da seleção brasileira contra um Europeu campeão do Mundo faz 10 anos

A conquista da Copa das Confederações parecia ser um sinal de que a equipe estava pronta para o tão sonhado hexa, até aquela tarde de julho de 2014...

Paulo Octávio
Neymar celebra conquista da Copa das Confederações, que teve sua última edição em 2017. Foto: Reuters
O dia 30 de junho de 2013 parecia um sonho. Nessa data, que curiosamente marcou o aniversário de 11 anos da conquista do penta, o Brasil venceu a Copa das Confederações em casa. O triunfo foi em cima da Espanha, então atual campeã mundial. O triunfo convincente, com uma vitória por 3 a 0,  elevou a autoestima do torcedor. Assim parecia que era só uma questão de ajustes para o time ser hexacampeão em casa e eliminar de vez o fantasma de 50, da mais amarga derrota, justamente em seus domínios. Tanto que a manchete do caderno de esportes da Folha do dia seguinte era: Imagina na Copa?, um termo costumeiramente usado naquela época para projetar como seria o Mundial de seleções.

Mas hoje, 10 anos depois, aquela festa foi só um sopro e um sonho de uma noite de outono. Ninguém imaginaria que esta seria a última grande vitória da seleção frente a um time europeu. Depois daquele dia só houve triunfos contra rivais do velho continente em amistosos. Isso sem mencionar o fadítico 7 a 1. Além dos fracasos em campo, de lá para cá, a seleção teve  queda de três presidentes da CBF, e o atual ainda não está garantido para o próximo Mundial. 

CONTEXTO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Equipe fechava o ciclo para Copa de 2014. O começo da jornada até a Copa em casa começou em 2010. O país viveu uma euforia quando Mano Menezes escalou Neymar Jr, rejeitado por Dunga, para o torneio na África do Sul. Porém, a equipe sofreu eliminação na Copa América em 2011 para o Paraguai, e sua equipe sub 23, que tinha nomes cogitados para 2014, foi vice olímpica na final contra México. Posteriormente, a saída de Mano e chegada de Felipão, a vitória contra a algoz França, em amistoso antes da Copa das Confederações, ajudou a estimular o clube. No torneio internacional, a seleção venceu  México, JapãoItália, Uruguai e Espanha. O título e vitórias convincentes era tudo o que o Brasil precisava para ter o carinho do público.  

Na final, time foi a campo com: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho (Hernanes), Luiz Gustavo e Oscar; Hulk (Jadson) ,Neymar e Fred (Jô) 

Os famosos protestos de junho de 2013, indiretamente, serviram para vitaminar a seleção. Houve alguns conflitos na porta dos estádios em revolta contra os gastos para Copa. Os jogadores começaram a apoiar as manifestações. Mas, em Fortaleza, após ameaça do público de cantar o hino de costas para o campo, o torcedor entoou na íntegra o hino nacional antes do jogo contra os mexicanos. A partir daí, o padrão do tom nacionalista foi repetido em todos os jogos do Brasil em casa e serviu para motivador para equipe.

O PÓS 2013 

O 7 a 1 ocorrido no ano seguinte tratou de rasgar a autoestima do torcedor. O ouro olímpico sobre Alemanha “tirou o ranço”, como disse torcedora para Folha, mas não fez esquecer aquela tarde de pesadelo. Nem triunfo da Copa América em 2019 ajudou a elevar a moral da seleção.

Com derrotas nas Copas de 2014, 2018 e 2022, o Brasil vai até 2026 ao menos repetir o maior jejum em Mundiais da história, o que corresponde a 24 anos sem vencer o título. Isso aconteceu entre 1970 e 1994. Se não vencer o próximo terá o recorde do tempo sem conquista da taça. Além disso, caso Alemanha ou Itália seja camepeã, a nossa seleção ainda perde o posto de único penta. 

QUEDA DE PRESIDENTES

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, parecia imbatível até 2012, quando decidiu renunciar sob alegação de problemas de saúde. Posteriormente, ele foi banido  de atividades ligadas ao futebol. Na época, ele foi julgado por acusações de recebimento de propina durante a preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014.  

As mesmas investigações atingiram os substitutos de Teixeira.  José Maria Marin e Del Nero também foram banidos pelo mesmo motivo que o antecessor deles. Porém Del Nero teve pena reduzida e pode regressar as atividades em 2038, quando terá 98 anos. 

Quando tudo parecia mais calmo, Rogerio Caboclo foi denunciado por assédio sexual. Enquanto era investigado, jogadores ameaçaram boicotar a Copa América de 2021 no Brasil devido o auge da pandemia e o pedido por férias. Imprensa também cogitou motivação política pela troca de Tite, visto como esquerdista pelo governo, por um nome mais à direita. Porém o torneio continental aconteceu, Tite não saiu do cargo e, meses depois, o então presidente foi banido da CBF e fez um acordo com Ministério Público para pagamento de 100 mil reais a instituições de caridade.   

Assim,  Ednaldo Rodrigues assumiu o comando até 23 de março de 2026. Ou seja, ele não está garantido na Copa, que começa em 11 de junho. 

ESCOLA GAÚCHA 

Depois da saída de Felipão,  Dunga e Tite,
 outros dois gaúchos, comandaram o time. O capitão do tetra ficou marcado por derrotas nas Copa América de 2015 e 2016, quando o Brasil foi eliminado na primeira fase, e foi demitido.

Depois, Tite conseguiu impor um padrão e assim conquistou o título da Copa América em 2019 e obteve o vice em 2021. Com bons resultados nas Eliminatórias, Adenor foi um dos técnicos mais longevos na posição e foi o primeiro desde Telê Santana a comandar a seleção em duas Copas seguidas. 

Porém, o gaúcho saiu queimado. A decisão de tirar Vinicius Junior no segundo tempo do jogo das quartas de final, de 2022, contra Croácia foi vista como ponto primordial para eliminação. E o gol de empate dos croatas a quatro minutos do fim da prorrogação ficou marcado como erro de postura, pois seleção tomou contra-ataque após uma finalização errada.  Depois, seleção caiu nos pênaltis. 

Agora ninguém sabe qual será o futuro da equipe. CBF diz que não desisti de Carlo Ancelotti, A imprensa diz que a entidade e o italiano tem um acordo verbal para que o treinador comece o trabalho em 2024. Já a mídia espanhola desmente essa possibilidade e afirma que ele só pensa no Real Madrid. De qualquer forma nada está confirmado.  Dorival Júnior aparece como provável nome a serem escolhido caso Ancelotti não aceite. Já Fernando Diniz perdeu fôlego após tropeços do Fluminense, e Jorge Jesus, outro cotado, assinou com Al-Hilal.


Caso um deles realmente seja o novo técnico quebrará uma escrita de 17  anos com gaúchos nessa posição. 

 
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