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11/09/2023 às 17h27min - Atualizada em 13/09/2023 às 19h09min

Máscaras, pinturas, identidades secretas… Como a mística em torno de algumas bandas as torna tão especiais?

Da icônica persona do Kiss à aura enigmática do Sleep Token, até onde a mística do anonimato pode ser o segredo para o sucesso?

João Lameira - Revisado por Nildi Morais
As icônicas pinturas dos integrantes do Kiss são talvez mais conhecidas que suas próprias músicas. (Foto: Reprodução/Ultimate Classic Rock)

Quem é o homem por trás da máscara do Homem-Aranha? E do Batman? Essas questões que permeiam as mais clássicas histórias em quadrinhos também existem no mundo da música. Quem não tem gravado na mente as clássicas pinturas do Kiss? E quem nunca teve a curiosidade de saber como são os membros do Slipknot sem as suas máscaras? É sobre isso que vamos falar nesse texto!

 

No mundo da música, muitos fatores podem tornar um artista mais conhecido, mais relevante. Entretanto, tudo gira em torno de algo muito simples: conseguir ser único e deixar a sua marca. Claro que, no final, tudo é sobre a música, mas a expressão artística vai muito mais longe do que isso, a imagem é muito importante. Por exemplo, você pode até nem saber o nome dele nem nunca ter ouvido uma música da sua banda, mas você já viu um certo guitarrista cabeludo e de cartola em algum momento da sua vida, não é mesmo?

 

Então, falando em grandes ícones, foi nesse intuito que o Kiss decidiu criar suas icônicas pinturas - que os tornaram símbolos do Rock n’ Roll. Sobre a decisão desse recurso imagético, o baixista Gene Simmons, certa vez comentou ao Gulf News:

 

“Eu não vou esquecer aqueles primeiros anos, quando eu era muito, muito mais jovem. Eu ia ver todas as minhas bandas favoritas que eu ouvia no rádio. E muitas vezes eu ficava desapontado. A imagem e os shows ao vivo não faziam jus à música. E a ideia por trás do Kiss era… vamos criar a banda que nós nunca vimos no palco.”

 

Então, por conta disso, Gene sempre acreditou que a banda precisava ter uma imagem impactante, que fizesse jus ao seu som.

 

“Subir no palco era quase como um lugar sagrado para nós, como a igreja, então estar no palco parecendo um vagabundo não era minha ideia de respeito. Foi aí que a maquiagem e as roupas surgiram.”

 

Mas tem gente que acha que o Gene tirou essa ideia de outro lugar…

 

Quem veio primeiro, o Kiss ou os Secos & Molhados?

 

Em 1971, surgia aqui no Brasil a banda Secos & Molhados. Com roupas extravagantes, shows viscerais e… rostos pintados com máscaras. Tudo isso era parte de uma atitude subversiva em resposta ao regime militar vigente em nosso país àquela época. E, em agosto de 73, o seu disco homônimo foi lançado, com a icônica capa com as cabeças dos integrantes servidas em bandejas.  

 

A questão é que em 73 surgia uma certa banda em Nova York, também com as caras pintadas e que viria a lançar seu primeiro álbum no ano seguinte. Por aqui esse fato foi bastante comentado e as comparações eram inevitáveis. Ainda mais após uma entrevista de Ney Matogrosso ao Jornal do Brasil:

 

“A Billboard tinha publicado uma foto nossa de página inteira e dois empresários americanos quiseram me levar para os EUA. Recusei a oferta. [...] Inclusive disseram que minha imagem era boa, mas que o som tinha que ser mais pesado. Eu não ia mudar nosso som por causa disso. Viemos embora. Uns seis meses depois começou o Kiss, com uma maquiagem como a nossa e um som mais pesado.”

 

Polêmicas à parte, Gene Simmons já negou mais de uma vez que tenha acontecido qualquer tipo de cópia ou inspiração. E um fato que pode advogar a seu favor é que ele e Paul Stanley já usavam maquiagem em Wicked Lester, banda que tiveram até 1972. Pode só ter sido uma coincidência mesmo. Fato é que as máscaras até hoje são um “quê” a mais para qualquer artista.

 

Máscaras que contam histórias

 

Ao longo da história da música, diversas outras bandas decidiram utilizar dessa aura que o anonimato (mesmo que apenas inicialmente) das máscaras lhes confere. No metal mais extremo, por exemplo, é praticamente regra que os músicos tenham sua própria corpse paint. E falando em metal, se Gene Simmons queria que o visual da banda tivesse a ver com o que o seu som entrega, quem aqui vai discordar que as máscaras do Slipknot são parte fundamental de toda a experiência que a banda e sua música entregam?

 

Por outro lado, também temos o Ghost, que nasceu com uma narrativa pronta. O Papa Emeritus, trocado a cada álbum trazendo cada vez mais fiéis para o seu culto. Mas como já falamos bastante sobre eles aqui, vamos falar da mais nova banda que também representa um culto e, nesse caso, até hoje não sabemos quem eles são.
 

Formado em 2016, o Sleep Token é uma banda britânica de metal que é um coletivo anônimo e mascarado liderado por um vocalista chamado Vessel. A banda tem uma temática mística e religiosa, baseada na adoração a uma entidade chamada Sleep, que eles acreditam ser a fonte de toda a criatividade. 

 

Eles usam máscaras brancas e roupas pretas para esconder suas identidades e se apresentam em locais sagrados ou históricos. A decisão por criar essa mística é tão acertada que os seus fãs se autodenominam Sleep Cult. E se engana quem acha que isso tudo é somente para chocar, o Sleep Token atualmente é uma das bandas mais virais do mundo!


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