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27/10/2023 às 13h32min - Atualizada em 27/10/2023 às 13h19min

Entenda os efeitos do El Niño no Amazonas

Fenômeno natural deixa o Estado com 60 municípios em estágio de emergência e mais de 150 mil afetadas.

Maevelyn Katlen Ferreira da Silva - labdicasjornalismo.com



Na Região Norte do Brasil, os efeitos do fenômeno El Niño potencializam os incêndios nas áreas florestais da Amazônia. Atualmnte, a região enfrenta períodos de seca recorrente, com uma diminuição significativa das chuvas nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas e Pará. Com os anos, o fenômeno passa a se manifestar de maneira mais intensa em comparação a eventos anteriores ocorridos no norte do Brasil.

O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, e seus impactos afetam diretamente as regiões tropicais. A severidade dos efeitos varia de acordo com a duração e a intensidade do fenômeno na região.

No estado do Amazonas, a intensa seca reduz os níveis de água nos rios Amazonas e Rio Negro, alcançando a margem de 13,59 metros em outubro, segundo uma matéria publicada pela CNN Brasil. Até o momento não há previsão dos corpos hídricos voltarem a encher. Além disso, as queimadas impactam direto a população devido à acumulação de partículas de fumaça. Sem a chuva, essas partículas permanecem em suspensão por mais tempo, o que permite que se espalhem. Como resultado, os habitantes conseguem observar nuvens de fumaça cobrindo toda a região.

De acordo com a Agência do Amazonas, o Estado registrou um alarmante total de 18.170 focos de calor, com um alerta mensal de 3.368 focos neste mês. Esse número representa um aumento significativo em comparação ao ano anterior, quando havia apenas 1.335 focos de calor. Essa situação exige medidas urgentes para combater as queimadas e proteger a região.




O agravamento da situação levou o Governo do Amazonas a implementar ações de contenção. Em 29 de setembro, o governador Wilson Lima estabeleceu o Comitê Intersetorial para Enfrentar Emergências Ambientais, encarregado de coordenar as iniciativas relacionadas à prevenção, preparação e mitigação em resposta aos desastres causados pela seca.

Até o momento, segundo o boletim de estiagem do Estado, um total de 152.000 famílias foram impactadas. Além disso, 60 municípios declararam estado de emergência e dois municípios vivem estágio de alerta.

“O estado de emergência nos mantém vigilantes em relação aos potenciais riscos à saúde e à economia, bem como às precauções necessárias diante de fenômenos ambientais. O governo faz o que pode para auxiliar a população, mas já é tarde demais para evitar o desastre. O que eles estão realizando é basicamente um controle de danos, a única medida viável dadas as circunstâncias atuais” anunciou Marcelo Henrique, morador e trabalhador no Estado. “Devemos permanecer atentos às possíveis alterações na situação de emergência em nossa cidade”, acrescentou.

As prefeituras dos municípios do Amazonas também tentam conter os danos locais. Em Manaus, por exemplo, foi criada a ação “Manaus sem Fumaça” em combate às queimadas. Em dias de forte fumaça, o ar acaba ficando irrespirável, provocando ardência no nariz e na garganta de moradores locais.
No entanto, é evidente que a recuperação da situação pode levar algum tempo. As autoridades fazem o máximo para garantir que não haja escassez no estado
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