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02/08/2019 às 22h00min - Atualizada em 02/08/2019 às 22h00min

Dívida pública brasileira aumenta e chega perto de atingir os R$ 4 trilhões

Para especialistas, aumento tem relação com os recorrentes déficits do governo nos últimos anos

Larissa Viana - Rodrigo Salgado
Google Imagens
A dívida pública brasileira aumentou em 2,24% em junho, aponta o Ministério da Economia. Com o acréscimo, o déficit acumulado fica em R$ 3,978 trilhões, atingindo 79% do PIB (Produto Interno Bruto). O relatório foi divulgado no dia 25 de julho, pela Secretaria do Tesouro Nacional e pode ser conferido na íntegra por meio deste link.

Um fator importante para essa alta considerável foi o aumento da dívida interna, que subiu em 2,44%, chegando a R$ 3,83 trilhões. Já a dívida externa, por outro lado, apresentou uma queda de 2,48%, atingindo R$ 151,7 bi. Outro motivo que justifica o aumento do endividamento são os gastos obrigatórios do governo, principalmente com a previdência social.

Para Victor Sena Delgado, professor e pesquisador de Economia da Universidade Federal de Ouro Preto, o principal fator do crescimento da dívida pública são os recorrentes déficits anuais do governo - que está negativado desde 2014.

“A dívida do setor público federal cresceu porque o governo não teve saldo para pagar a maioria de suas contas. O saldo da conta está no vermelho desde 2014 e só cresceu negativamente ao longo dos anos seguintes. De 2015 para 2016, por exemplo, houve um crescimento negativo brutal de cerca de 150%. Com esse saldo, o governo precisou assumir dívidas para pagar diversas contas”, explica.

Por consequência, quanto mais negativo o saldo, maior a dívida pública. “A dívida pública do governo, que já vinha crescendo lentamente, então, subiu de 56% do PIB em 2014 para 66% em 2015 - 10% em um ano. O saldo do governo continuou negativado e, em 2018, houve uma mudança de tendência em que esse saldo continuou no vermelho, mas se tornou menos negativo”, justifica Delgado.

Apesar do crescimento da dívida pública, o valor ainda está dentro do estabelecido pelo PAF (Plano Anual de Financiamento do Governo), que determinou os limites mínimo e máximo, respectivamente, de R$ 4,1 e R$ 4,3 trilhões.

A dívida pública federal consiste nas dívidas internas e externas do governo e é contraída para cobrir o déficit orçamentário. Para equilibrar as contas, o poder público emite os chamados títulos de dívidas, visando captar investimentos advindos do mercado e da sociedade civil com a promessa de que serão pagos posteriormente.
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