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19/08/2019 às 21h23min - Atualizada em 19/08/2019 às 21h23min

O culto ao “corpo perfeito”

A imposição social de padrões de beleza e os efeitos causados na sociedade

- Beatriz Evaristo
Foto/Reprodução: Mente Hiperativa
O desejo de muitas pessoas na sociedade é ter o corpo “perfeito”. Mas como ele é? Qual é a origem dessa ideia enraizada na sociedade? Essas questões estão sendo discutidas com mais frequência, visando questionar essa imposição e padronização de beleza.

Desde sempre há uma imposição de beleza padronizada na sociedade. Todos os dias, capas de revistas, redes sociais e outras mídias mostram o que seria o ideal de perfeição.

Entretanto, sabe-se que padronizar algo que é tão subjetivo quanto a beleza é impossível, e, é a partir disso que os estereótipos acabam adoecendo a sociedade. Eles criam ideias de que apenas aquele padrão é aceito na sociedade e de que é o único consideravelmente bonito.

Essa busca pelo modelo de corpo “perfeito” leva as pessoas, principalmente as mulheres, a tomarem medidas preocupantes, como realizar cirurgias plásticas e fazer dietas extremas. Segundo o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), no ano de 2013, o Brasil foi o primeiro colocado em realização de cirurgia plástica no mundo. Desses procedimentos, os mais realizados são; o aumento de mama e lipoaspiração.  
 
Crianças e adolescentes

É normal os pais ou responsáveis se preocuparem com a aparência das filhas e netas, ainda mais no período da adolescência, e até certo ponto é bom. Contudo, é necessário compreender e entender a individualidade alheia, para que não haja também uma imposição familiar sobre o jovem.

Essa fase é uma das mais conturbadas na vida das meninas, já que a questão do bullying na escola é muito mais frequente. Elas têm que se preocupar com peso, aparência e sempre tentar ser mais feminina possível, e é a partir disso que problemas psicológico e de saúde surgem.

Luisa Cardoso, 19, teve problemas em relação a saúde por causa desses estereótipos, “Começou quando eu era bem novinha, primeira coisa que lembro é que quando eu tinha 11 anos já estava na neura de querer parar de comer, tive alguns problemas por causa disso e tal, mas com o tempo foi evoluindo. Com 15 anos, comecei a vomitar e quando completei 16 anos, veio a bulimia e a anorexia junto.”   

Segundo o site do hospital Sírio-libanês “A anorexia é um transtorno alimentar que se inicia a partir de falta de percepção adequada da imagem corporal. Quase sempre afeta mulheres adolescentes, que sempre se percebem muito acima do peso, mas não estão, e mais raramente pode afetar os homens. Com isso, elas diminuem progressivamente o consumo de alimentos, o que pode chegar a quadros severos de desnutrição.”

“Já a bulimia afeta jovens de ambos os sexos que querem ter um corpo “bonito” — nem gordo, nem magro —, mas continuam se alimentando muito. Para não engordar, porém, forçam o vômito após as refeições, fazem dietas inadequadas e exageram na atividade física.” Informa o site.

Esses sintomas podem provocar outros tipos de doença, principalmente a doença mental, como foi o caso da Luisa. Ela conta que entrou em depressão no período que estava com anorexia e bulimia, e ainda que a queda da autoestima foi drástica. A jovem precisou buscar ajuda especializada para conseguir se recuperar.

“Hoje em dia eu consigo entender muito do porquê aconteceu isso, com ajuda de terapia, tomar remédio e muita vontade de melhorar, eu consegui me recuperar. Atualmente eu consigo comer normal e não vomito mais, é uma coisa que a gente tem que lutar, porque de vez em quando eu fico pensando em medidas e que tenho que emagrecer.” Diz ela.

É necessário compreender que não há um corpo perfeito, cada um tem uma concepção de beleza, tentar padronizar é fazer com que as pessoas percam a essência do próprio corpo. Opiniões podem ser divergentes, mas não se deve achar que há apenas uma opinião e que é a correta.
 
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