A alta temporada de turismo está próxima! Comprou um pacote para fazer a viagem dos sonhos e a agência não cumpriu o prometido? O voo atrasou ou foi cancelado? Teve bagagem extraviada? A agência faliu e não quer estornar o valor pago? Situações semelhantes à essas costumam irritar turistas e passageiros, que por não reclamarem seus direitos, saem no prejuízo.
Por exemplo, na última segunda-feira (23), a agência de turismo britânica Thomas Cook, a mais antiga do mundo no ramo de viagens, declarou falência, que afetou mais de 600 mil clientes em todo o mundo. Saiba como fugir de ciladas em ocorrências difíceis na hora de viajar:
Pesquise sobre a empresa
Dica valiosa: acesse o Cadastur (do Ministério do Turismo) e busque pela operadora que você quer contratar; o site mostra se a empresa existe ou não e também se está ativa.
Procure por sites de registro de reclamações e verifique se a empresa foi solícita e solucionou os problemas dos clientes.
Prefira os pacotes com seguro viagem ou contrate um. Em casos de perda ou dano de bagagens, atrasos e até despesas médicas ter um seguro é essencial.
Leia todas as condições na hora de comprar um pacote. Se alguma informação não estiver bem exposta ou mal explicada, de forma que o confunda, peça um esclarecimento à empresa sobre as particularidades do pacote com base no Código de Defesa do Consumidor.
Atenção às passagens aéreas
Você adquiriu a passagem, chegou no horário, mas o voo atrasou? Após mais de uma hora de atraso, a companhia aérea tem obrigação de fornecer comunicação (celular, internet ou telefone); passadas duas horas, alimentação. Se passarem mais de quatro horas, o passageiro tem direito à hospedagem ou optar pelo reembolso do valor gasto.
Cancelamentos podem ser feitos até 24 horas depois da compra da passagem, sem qualquer custo, mas somente com um espaço mínimo de sete dias antes da partida. Caso a companhia cobre algum valor, reclame imediatamente.
Hospedagens
Verifique a localização do hotel/pousada/casa onde você vai ficar, se é perto dos pontos turísticos que pretende visitar, ou está em uma área perigosa.
Pesquise imagens do local fora do site oficial da hospedagem, principalmente fotos de ex-hóspedes.
Se houver cancelamento, fique atento às taxas e multas extras que geralmente são cobradas, se são legítimas ou abusivas.
Guarde as promessas e fotos do site do hotel. Se os benefícios oferecidos forem de baixa qualidade ou não existirem como o prometido, o hóspede pode exigir desconto da diária. Por isso, desconfie de lugares baratos demais e com muitas vantagens.
Hora de passear
Vai fazer passeio de buggy, barco, lancha e afins? Dê preferência às empresas com sede fixa, que tenham CNPJ. Se houver descumprimento de contrato, você estará resguardado pela lei de proteção ao consumidor.
Confira a reputação da empresa que vai o serviço turístico; procure reclamações e elogios de clientes antigos.
Resolvendo o problema na prática
O Procon orienta aos consumidores de, em primeiro lugar, tentarem acordo com o fornecedor do serviço. Se não for possível, procure o Procon por telefone, pelo aplicativo ou site ou presencialmente.
Reúna todos os comprovantes de contratação que você tem, desde contratos e notas fiscais de pagamento até fotos com os serviços prometidos no momento da compra. O Procon envia uma carta à empresa, que tem até dez dias para responder.
"Caso não resolva, é instaurado um processo administrativo que pode demorar até 120 para tramitar. Todas as tentativas são de conciliação com o fornecedor. Não havendo solução nessa esfera, aí o consumidor precisa recorrer ao poder judiciário", explica Marcele Soares, coordenadora do Procon-SP, em entrevista ao G1.