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09/11/2019 às 18h09min - Atualizada em 09/11/2019 às 18h09min

BRT Transbrasil ainda é um sonho para a população

Orçada em R$ 1,3 bilhões, o custo ainda está aberto, o que pode superar o valor inicial

Débora Jesus - Editor: Ronerson Pinheiro
Operários trabalham na obra do BRT, altura da Avenida Francisco Bicalho Foto/Reprodução Fabiano Rocha/Agência O Globo

Iniciada em 25 de novembro de 2014 a obra do BRT Transbrasil na cidade do Rio de Janeiro já apresenta atraso na entrega da via prevista para 13 de maio de 2017. Reduzir o tempo no trajeto e aliviar o congestionamento nas pistas, a obra vai contemplar a malha de corredores exclusivos dos ônibus, margeando as avenidas com maior movimento, do Centro passando pela Antônio Carlos, Primeiro de Março, Presidente Vargas, Francisco Bicalho e Avenida Brasil até Deodoro na Zona Oeste da cidade. “Avenidas liberadas, em contra ponto, ônibus lotado e sem conforto, gerando ainda mais brutalidade entre passageiros e motoristas, que por sua vez só cumprem seu dever, mesmo assim espero que as obras finalizadas deem certo, mas sinceramente, não acredito”, relata Anderson, motorista há 5 anos.

No final do mês passado o prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB/PL) junto ao Secretário Municipal de Infraestrutura e Habitação Sebastião Bruno, visitaram o canteiro de obras que fica no trevo das Margaridas para conferir os serviços da Odebrecht, empresa responsável pela entrega. “As obras estão 90% concluídas. Se contarmos com os três terminais que não estavam incluídos na primeira etapa, 75%. De qualquer forma, está tudo dentro do cronograma esperado”, afirmou Sebastião.

Para o capixaba e estudante no RJ, Johnata Marchiori, 27, as afirmações feitas pelo secretário não são compatíveis, visto que algumas das 18 passarelas ainda podem ser vistas com as estruturas cruas. “Não faz sentido deixá-las como última etapa a serem concluídas, visto que podem causar futuramente paralisação para sua instalação definitiva”, questiona o estudante. Comerciante há mais de duas décadas na Rodoviária Central do Brasil, na cidade, Joao Paulo, 40, conta que o local onde trabalha será o futuro terminal da Transbrasil. "Não tenho certeza, mas ouvi que aqui entrará em obra para sediar o transporte", afirma. 
 

Principais mudanças

No projeto inicial assinado no último governo em 2014, o trajeto contemplado seria de Deodoro, na Zona Oeste da cidade, até Caju, na Zona Portuária, com dois terminais de mesmo nome. Com as novas mudanças, o BRT Transbrasil terá um novo trajeto de Deodoro até o Centro do Rio de Janeiro com três novos terminais – Trevo das Margaridas, Trevo das Missões e Terminal Américo Fontenelle, esse, no centro da cidade. Em valores, o Terminal de Deodoro custará cerca de R$ 100 milhões e os outros dois, R$ 50 milhões cada um. Para manter o orçamento inicial do projeto e aumentar o percurso até o Centro o número de estações foram reduzidas de 21 para 18 com a criação de outras 18 passarelas que darão acesso as plataformas além de duas pontes e quatro viadutos que ajudarão a desafogar o trânsito na região.

Vandalismo preocupa

Na intenção de reduzir o número de ataques as estações, a prefeitura do Rio de Janeiro está projetando para o Transbrasil plataformas mais resistentes diferentes das já implantadas. No lugar das portas de vidros, chapas de aço serão instaladas evitando assim prejuízos. “O prefeito Marcelo Crivella está muito preocupado com a evasão e a depredação e solicitou uma proposta de estação mais robusta. Assim, desenvolvemos uma estação “ante evasão” e mais resistente, toda em aço e sem vidro, o que vai impedir a depredação.  A porta dela é igual à do metrô, com sensor, que o cidadão não abre de jeito nenhum. É uma estação que vai minimizar os prejuízos”, afirmou o Secretário Municipal de Infraestrtutura e Habitação, Sebastião Bruno.


Início parcial

Segundo a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), durante uma audiência pública da Comissão de Transportes, a Secretaria Municipal de Transportes alertou para a possibilidade de as operações iniciarem de forma gradativa no segundo semestre de 2020. Orçada em R$ 1,3 bilhões, o custo ainda está aberto, o que pode superar o valor inicial.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho 

 

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