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11/12/2019 às 13h03min - Atualizada em 11/12/2019 às 13h03min

Uber registra quase 6 mil denúncias de abuso em dois anos

Só no ano passado foram registrados 245 casos de estupro

Thiago Oliveira - Edição: Manoel Paulo
BBC News Brasil
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O relatório de segurança da Uber apresentado no último dia 5 trouxe a luz um número alarmante para a segurança da empresa de transportes. Entre 2017 e 2018, foram registrados só nos Estados Unidos quase 6 mil casos de denúncias de abuso sexual. No ano passado, os registros chegaram a 3045, número maior que os 2936 de 2017.

Esse valor, apesar de mostrar um aumento nos registros, simboliza uma queda na porcentagem em relação ao total de viagens, que agora é de 16%. Do total de 5.981 registros, 54% dos acusados são motoristas da empresa e 45% são outros passageiros.

Do total de 3.045 relacionados a 2018, 235 foram registros de estupros e o restante se enquadram em outros níveis de assédio. Por exemplo, se fosse aplicado esse valor a lei brasileira, todas as ocorrências se enquadrariam em assédio sexual.

O mesmo relatório revela ainda que 19 pessoas morreram durante viagens e 107 perderam a vida envolvidos em acidentes de trânsito utilizando a plataforma da empresa.



Tony West, diretor jurídico da Uber afirmou em entrevista ao The New York Times que “esses números são difíceis de digerir”, mas mostram que “o Uber é um reflexo da sociedade que o serve”.

Preocupações envolvendo a segurança dos passageiros não é uma exclusividade da Uber. A Lyft, empresa concorrente, foi processada por 19 mulheres no início do mês. Elas alegam que a empresa foi negligente na tentativa de impedir que as agressões acontecessem, e afirmam que mesmo após as queixas, a Lyft fez pouco para investiga-las.

A Uber afirma que removeu mais de 40.000 motoristas nas triagens automatizadas que filtram os antecedentes criminais, e os registros de condução dos motoristas. Recentemente a empresa anunciou que começará aqui no Brasil e no México, testes de gravação de áudio das viagens na tentativa de melhorar a segurança.

Proibido em Londres

OTransport for London, órgão regulador de transportes de Londres, anunciou no fim do mês passado que não renovaria a licença da Uber para fazer viagens na cidade. Sob o argumento de que a plataforma de transportes “após várias violações e um padrão de falhas, a empresa coloca a sua segurança e a dos passageiros em risco”. A Uber tem 21 dias para recorrer da decisão.

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