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06/02/2020 às 16h07min - Atualizada em 06/02/2020 às 16h07min

Novas histórias para crianças do século XXI

Na busca pelo empoderamento, contos estão sendo recriados como formar de trazer representatividade nos dias atuais

Carolina Fim Feliciano - Editado por Rafael Campos
Contos de fadas são conhecidos mundialmente. De geração para geração, as histórias - hoje infantis - são recontadas de diversas formas, sejam elas em desenhos, live-action, livros e espetáculos teatrais. E isso tem encantado crianças ao longo dos anos.

Vindos dos tempos antigos, os contos eram reproduzidos oralmente com o objetivo de manter as crianças obedientes e entreter os adultos. Entre os séculos XVII e XIX, os irmãos Grimm, Charles Perrault e outros escritores compilaram os contos mais famosos e os adaptaram para ter uma maior aceitação social, tornando-as mais fantasiosas.

Já no século XX, as adaptações feitas pela Disney se popularizaram, histórias como Cinderela. Branca de Neve, Bela Adormecida e Bela e a Fera, até hoje são contadas para crianças – principalmente para as meninas – com tamanha naturalidade. Ainda que no mundo lúdico, as personagens são mais que apenas parte de um conto, elas se tornam modelos e aspirações para crianças até hoje. Prova disso, é o comum elogio feito: “Está linda! Parece uma princesa.”

Agora no século XXI, os famosos clássicos da Disney não se enquadram mais na sociedade, assim como não contribuem na construção de uma futura mulher. Casar-se para virar princesa, esperar ser resgatada pelo príncipe, perder a voz por que encontrou o verdadeiro amor? As princesas de hoje querem e merecem muito mais do que isso.

Por exemplo, o curto conto de Luís Fernando Veríssimo, “Conto de fadas para mulheres do século 21”, retrata de forma leve e divertida que as princesas realmente mudaram. O sapo pede à princesa um beijo, assim ele se tornará príncipe e eles serão felizes para sempre. Eles se casarão, vão morar com a mãe dele e ela vai cozinhar, lavar roupa e cuidar dos filhos. No final, o sapo continua como sapo.

As princesas da vida real, os reais modelos de inspiração para meninas, e até mesmo para outras mulheres, na verdade são rainhas. Mulheres que correm atrás dos seus sonhos, trabalham e são independentes. Mulheres que vivem com a liberdade de ser quem são, independentemente do que é imposto socialmente. Elas saem da torre e matam o dragão.

Inseridos no contexto do século atual, livros como “Coleção antiprincesas”, “Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes”, “O mundo no Black Power de Tayó” e “Malala, a menina que queria ir para a escola”, contam histórias reais e ficcionias de mulheres brilhantes, que ousaram, desafiaram e se aceitavam. Mostrando situações desafiadoras  enfrentadas pelo sexo feminino e a revolução que uma mulher pode causar, impactando a vida e o mundo.

Os novos “contos de fadas”, trazem histórias que colocam a mulher como protagonista da própria vida, com o poder de decisão. Mais do que histórias apenas para meninas, os novos contos também podem ser lidos para meninos. Tratar sobre assuntos como valorização da mulher, respeito, igualdade e equidade com esses contos, é uma forma de “plantar a semente” no desenvolvimento das crianças como ser humano, para construir no futuro uma sociedade mais justa e mais humana.
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