A temporada do futebol europeu pode ser desperdiçada em meio a crise do novo coronavírus (COVID-19) que se alastra por todo o mundo, com casos graves na Europa, principalmente na Itália e Espanha. Neste sábado (28), o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, revelou ao jornal ‘La Reppublica’ ter três planos para retomar a temporada para que não seja perdida.
“É claro que a interrupção do futebol simboliza que a Europa e o mundo pararam. Não sabemos quando essa pandemia terminará, mas temos um plano A, B e até C. Estamos em contato com as ligas, com os clubes, há um grupo de trabalho. Temos que esperar, como qualquer outro setor”, afirmou.
O jogo foi realizado quando não havia nenhum caso registrado em Milão ou Bérgamo, uma das cidades italianas com mais casos do coronavírus atualmente. O duelo reuniu mais de 45 mil pessoas no Estádio San Siro e cerca de 3 mil eram torcedores espanhóis. O meia espanhol e capitão do Valencia, Dani Parejo, em entrevista a um programa de rádio da Espanha, lamentou que a partida entre os clubes tenha contribuído para a proliferação do vírus. O prefeito de Bérgamo, Giorgio Gori, afirmou que a partida “foi uma bomba biológica” para que o vírus se alastrasse.
"Naquela época, não sabíamos o que estava acontecendo. O primeiro paciente na Itália surgiu em 23 de fevereiro. Se o vírus já estivesse circulando, os mais de quarenta mil fãs que foram ao San Siro se infectaram. Ninguém sabia que o vírus circulava entre nós", disse o prefeito em uma entrevista ao 'TuttoSport'.
Um mês após o duelo, Bérgamo já tinha 3.800 casos confirmados e cerca de 5 mil em Milão. Além disso, boa parte da equipe do Valencia deu positivo para os testes do corona. O jogo de volta foi feito com portões fechados no último dia 10 de março. Porém, ainda assim vários torcedores se reuniram em frente ao Mestalla, em Valência. “Os torcedores que se reuniram em frente ao estádio estavam sob a jurisdição das autoridades espanholas,” concluiu o presidente da Uefa.