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06/05/2020 às 10h05min - Atualizada em 06/05/2020 às 10h05min

Sejamos todos feministas: uma reflexão sobre machismo e patriarcado

Autora nigeriana discute a necessidade do feminismo na sociedade atual

Talyta Brito
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Vários são os pré-conceitos que rodeiam a palavra feminista. “Mulher infeliz que não consegue arranjar marido, tem ódio dos homens e anda sempre zangada”. O feminismo busca a equidade entre os sexos. Todavia, ao longo dos anos o movimento tem sido visto como algo pejorativo. Ser mulher em uma sociedade predominante machista implica em riscos e constantes julgamentos. A situação agrava-se, ainda mais, quando uma mulher se denomina feminista. No livro “Sejamos todos feministas”, Chimamanda Ngozi Adichie, busca desmitificar os tabus que circundam o assunto, propondo uma reflexão sobre os nossos tempos e costumes, destacando a necessidade de igualdade entre homens e mulheres apesar das diferenças existentes.  Selecionamos 5 trechos do livro, nos quais a autora leva os leitores a repensarem o modo de vida da sociedade atual.

“ Quanto mais perto do topo chegamos, menos mulheres encontramos”

Um estudo realizado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE/2018), apontou que apenas 38% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres. A desigualdade salarial entre os sexos é outro fator preocupante. O comércio e a agricultura são os segmentos que apresentam as maiores discrepâncias. Em relação a participação política, o percentual feminino é irrisório diante do masculino. Conforme um levantamento feito pela Inter-Parliamentary Union em 2017 – associação dos legislativos nacionais do mundo – menos de 10% dos deputados federais brasileiros são mulheres.


“Se repetimos uma coisa várias vezes ela se torna normal”

“Futebol não é coisa para mulher”, “mulher no volante o perigo é constante”, “as exatas são áreas masculinas”. São ideias bastante repetidas cotidianamente que geralmente são acatadas sem nenhum questionamento. Tais pensamentos trazem como pano de fundo a limitação de espaços. A segregação cria uma barreira imaginária na qual as pessoas que tentam ultrapassar são consideradas intrusas. A campanha “ #DeixaElaTrabalhar” foi criada por jornalistas esportivas como forma de retaliação aos constantes assédios nos estádios e redações.
 
 “ Por que ela não se dá conta de que é normal e natural que ele ajude a cuidar do filho?


Já parou para analisar que os trocadores de fraldas ficam sempre nos banheiros femininos e não nos masculinos? De forma sutil a sociedade impõe que o cuidado dos filhos são responsabilidades condicionadas somente a mulher. Estamos acostumados com a imagem do pai como provedor do lar e por vezes a cena de um pai cuidando do filho choca.

“ Precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente”

Se há diversas cobranças dentro do universo feminino, não seria diferente com os homens. Desde a infância os garotos ouvem que: “homem não chora” “rosa é cor de mulher” “ amarelinha é brincadeira de menina”. Essas afirmações fomentam um ambiente machista que será refletido na vida adulta. Para reverter esse cenário, é preciso mobilização conjunta da sociedade. A não aceitação de atitudes machistas e a posterior repreensão já são os primeiros passos para a construção de uma sociedade mais respeitosa.








 

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