Foto: Diário de TaubatéO Festival de Inverno de Campos do Jordão foi adiado para agosto devido à pandemia do novo coronavírus. Entretanto, a mudança de data não garante que o evento vai ser tão movimentado quanto nas edições anteriores.
Conhecida como Suíça brasileira, a cidade de Campos do Jordão, localizada na Serra da Mantiqueira, em São Paulo, é o décimo lugar mais procurado do Brasil. Embora as temperaturas cheguem a 0 grau no inverno, a cidade ferve com turistas durante a alta temporada, que vai de junho a agosto. Julho costuma ser o mês em que o festival acontece. Os visitantes saem da rotina para apreciar o frio, a gastronomia e a arquitetura no estilo europeu.
Em nota publicada pela prefeitura, a nova data foi pensada para que “os turistas possam curtir o frio e ainda aproveitar o Festival em agosto, com muita música e outras atrações culturais.”
Na 50° edição do evento, que ocorreu em 2019, Campos do Jordão recebeu, de 29 de junho a 28 de julho, 674.932 visitantes - uma média de 134 mil por fim de semana. Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que o festival gerou impacto econômico total de R$ 131 milhões no estado de São Paulo, 1.844 postos de trabalho e R$ 17,4 milhões em impostos.
Em 2020, contudo, a 51° edição não tem previsões para ter o mesmo lucro que a anterior. Mesmo com a transferência da data, o número de turistas vai cair. Segundo um levantamento do Datafolha, publicado no dia 29 de junho, 47% dos brasileiros têm muito medo de contrair o vírus e 51% só saem de casa quando é inevitável.
Além disso, Paulo César da Costa - diretor do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sinhores) na região serrana de São Paulo -, estimou que a quantidade de turistas na cidade não vai chegar a 10% em comparação ao número do ano anterior. “A previsão era de crescimento de 20% no setor em 2020. Com muitos feriados e o dólar em alta, o turismo interno tinha tendência a subir.”
Marcos Rogério Pereira Machado, frequentador assíduo do festival há 20 anos, disse que está com receio de ir nesta edição por conta da aglomeração. “Se eu e minha família formos, vai ser para visitar algum parque e não para entrar naquela vila mais frequentada, para evitar contaminação e preservar os idosos da minha família.”
De acordo com Paulo César Costa, a expectativa para o segundo semestre é de flexibilização do comércio, dos restaurantes e dos parques para diminuir o prejuízo causado pela pandemia - “quando pudermos operar, os restaurantes vão cumprir as medidas sanitárias de funcionar com 40% da capacidade máxima e usar álcool em gel, mas o espaço do festival deve ser repensado para evitar aglomerações.”
Campos do Jordão registra 271 casos confirmados de com coronavírus, de acordo com o último boletim, emitido ontem. O local das atrações culturais e a programação do festival ainda não foram divulgados.
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