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29/07/2020 às 13h47min - Atualizada em 29/07/2020 às 13h45min

Ribeirão Pires inaugura Parque Oriental virtualmente devido à pandemia

Local fará parte de novo roteiro turístico e abre portas para o público quase um mês após inauguração

Melissa Costa - Alexandra Machado
Foto: Divulgação- PMETRP: João Damásio
A Prefeitura de Ribeirão Pires, em São Paulo, inaugurou em 25 de junho, através de uma live, o Parque Oriental, que fará parte do novo roteiro turístico da cidade. A abertura contou com a presença do prefeito Kiko Teixeira, da primeira-dama Lúcia França e do presidente do Fundo Social de Solidariedade, Flávia Dotto, além de membros da área turismo, entre eles, o secretário estadual da pasta, Vinicius Lummertz.

Com extensão de 60 mil metros quadrados, cercado pela Mata Atlântica e pela represa Billings, o espaço que era utilizado como área de camping e de pesca, em 1975, foi restaurado para implantação de uma área de observação e contemplação da natureza. A construção do Parque Oriental que começou em 2018 custou ao todo R$5 milhões, sendo R$4,2 milhões do governo com ajuda de recursos do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), e o restante retirados dos cofres públicos da prefeitura.

“É importante trabalhar com a temática, com as especializações. Toda a economia ganha com o turismo. A diversidade cultural é um tipo de turismo que beneficia a comunidade”, declarou Lummertz na inauguração ao comentar o investimento.

Devido à pandemia, logo após a abertura o parque permaneceu fechado para o público, seguindo ordens do decreto estadual do Plano de Flexibilização da quarentena. Porém, após quase um mês, o parque abriu as portas no último dia 21. O que, no entanto, deveria ser um alívio para os usuários, foi dor de cabeça. Muitos frequentadores reclamaram das políticas impostas pela administração, como a proibição do uso de bicicletas, além da falta de espaços para prática de esportes, como quadras, e também a “internacionalização” da cultura.

"Não consigo entender o porquê da internacionalização cultural do Parque Municipal, se nós estamos no Brasil. Antes, havia uma infinidade de árvores e plantas nativas brasileiras no entorno da represa e agora, virou tudo japonês! Nada contra a cultura oriental, mas é muito triste. A gente vê as coisas do Brasil cada vez mais perdendo espaço para o estrangeirismo!" escreveu um morador nos comentários de uma postagem feita pela Prefeitura em seu site oficial.
Entretanto, o Parque Oriental comentou durante a live de apresentação do espaço, que está disponível para ser assistida no instagram do São Paulo Turismo, que os mais de 300 pés de ipês amarelos e de cerejeiras foram plantados respeitando a antiga vegetação nativa e preservando a natureza já encontrada no parque.

Dentre as atrações presentes no local é possível encontrar espaços incríveis cercados de cultura e história.

 
  • Entrada
 Antes de entrar pelo portal do parque - de 3,5 metros de altura – os visitantes passam por dois cães de fogo - chamados originalmente de shishi - que representam o sexo feminino e masculino. Símbolo da cultura oriental, segundo a tradição, são responsáveis pela purificação da alma, repelindo espíritos maléficos.  
 
  • Caminho da Evolução
 Criado pela artista capixaba Izabel Vidal, o Caminho da Evolução é dividido em três períodos e conta o processo da evolução das espécies no planeta Terra, até o surgimento dos índios. São 260 peças de pedra e granito, talhadas em baixo relevo, com média de uma tonelada por peça, espalhadas em 515 metros de extensão. O inicio do caminho se dá no começo do parque e termina no píer, passando por locais como o Jardim Zen, o Salão de Convenções e o Jardim Japonês.
 
“O visitante, fazendo o percurso desde o início, conhece o ‘Caminho da Evolução’ através de imagens da cosmogênesis, da biogênesis, da antropogênesis e, agora, na oca, ele vê a si mesmo sendo representado pelo índio, despertando uma consciência nesta etapa da evolução para o caminho da espiritualidade, da noogênesis” comentou Vidal em explicação durante a inauguração.
 
  • Arena do Mosaico
 A artista de Ribeirão, Silvana Luz, demorou de 8 meses a 1 ano para construir o cenário em homenagem a japonesa Sadoko Sasaki, chamado de “Tributo à Paz Mundial”. O mosaico conta a história de uma menina que sofreu as consequências da guerra, desde a Bomba de Hiroshima com dois anos de idade, até a sua morte por leucemia aos 12. Com 38m², o mosaico feito de revestimentos de cerâmica cortados e trabalhados individualmente, retrata a lenda que dizia que ao fazer mil tsurus (dobradura de papel japonesa em formato de ave), a pessoa tinha um desejo realizado. Sadoko começou a fazer os tsurus para que assim pudesse se curar da doença, mas morreu antes. Seu último desejo foi que sua família continuasse os origamis por ela, e que desejassem, no entanto, pela paz mundial.
 
Uma curiosidade interessante dessa história é que o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando foi à China se desculpar pela bomba, dobrou quatro desses origamis, buscando a paz para ele, a esposa e suas duas filhas.
 
  • Oficina de Origami
 O espaço que antigamente era aberto, e usado como área de eventos, foi revitalizado e se tornou uma área de aprendizado, onde crianças, jovens e adultos poderão aprender a arte do origami. Com cerca de 271m², a decoração remete à arte da dobradura, contém um céu de tsurus e pintura de Leonardo da Conceição e Fernando Correia.
 
  • Centro de Convenção
 O centro de convenções é um espaço fechado, com mais ou menos mil metros quadrados, que servirá para sediar eventos da Prefeitura e de seus parceiros. O espaço possui área de administração, sanitários, fraldário e mezanino. Sua fachada é composta de pinturas e bambus, que remetem à tradição oriental, considerada uma planta sagrada, símbolo da multiplicação e da generosidade. No Japão e na China acredita-se que seu tronco oco serve de morada aos deuses.
 
  • Píer Flutuante
 O píer para a Torre de Miroku é a última parada seguindo o Caminho da Evolução. De lá será possível pegar uma embarcação que seguirá para o templo em um caminho de 500 metros pelas águas da Represa Billings. O percurso será pago, já que a área da Torre Miroku é particular. Antigamente todos que visitavam o espaço usavam outro caminho, que não passava por Ribeirão.
 
Fora todas as atrações já citadas acima, o parque conta também com um espaço de restaurante e praça de alimentação, onde é possível encontrar um ateliê, ligado ao Fundo Social, que vende artesanatos - dentre os quais estão produtos manuais como geleia e licor de cambuci, fruta típica da região. O prefeito Kiko Teixeira comentou na inauguração que um dos intuitos do ateliê é dar espaço aos artistas locais.
 
O parque é aberto para o público de terça a domingo, das 06h às 18h, com entrada gratuita.


 
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