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14/08/2020 às 20h10min - Atualizada em 14/08/2020 às 18h49min

Índia: Uma potência em ascensão

O crescimento econômico dos indianos vem chamado atenção nos últimos anos. Para muitos, o país poderá ser a próxima grande potencia do planeta até 2075.

Leonardo Leão dos Santos - Editado por Camilla Soares
Crédito: Shutterstock

 A Índia é o segundo país mais populoso do planeta com 1,3 bilhão de habitantes e é a quinta maior economia do mundo segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país demonstra grandes expectativas em relação ao futuro, mesmo com as inúmeras dificuldades apresentadas por ele, como a extrema pobreza de sua população e a corrupção institucionalizada.                                

O desenvolvimento econômico do país nos últimos anos vem chamado atenção, a Índia é uma das economias que mais cresceram na última década. Baseado no ritmo de crescimento do PIB do país e de sua população economicamente ativa, a Índia poderá ultrapassar os Estados Unidos até 2050 e a China em 2075 e se tornar a maior economia do mundo.

O país já obtém bons resultados no setor agrícola. Os indianos são um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ao lado de China, EUA e Brasil. A Índia é o maior produtor de leite do mundo com 22% da produção global segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricult
ura. Eles também são responsáveis pela produção de 75% das
especiarias consumidas no mundo.


Outro setor importante é o da ciência e tecnologia. Atualmente, o país é o terceiro destino de investimentos mais atraente para as transações tecnológicas no planeta e é um dos países com o maior número de publicações científicas. Ele também possui uma das principais agências espaciais do planeta, localizada na cidade de Bengaluru.

  

A cidade indiana de Bengaluru é considerada a capital da tecnologia no país e foi classificada pela consultora imobiliária JLL como a segunda cidade mais dinâmica do mundo. Devido ao ambiente favorável para negócios e a uma grande quantidade de jovens talentos vindos de todos os cantos do país. Já a cidade de Gurgaono deixou de ser um deserto agrícola para se transformar na sede indiana de multinacionais como Google, Facebook e Uber.

O país busca se tornar um destino para as empresas que buscam outras opções além da China, para diminuir a dependência da economia mundial em relação ao gigante asiático. Outro motivo para essa mudança é o aumento do salário médio dos chineses, que sempre teve como principal característica a mão de obra barata.

O atual governo busca melhorar a infraestrutura e diminuir a enorme burocracia que existe no país. Além de criar uma reforma trabalhista que facilita na contratação e demissão de funcionários, na intenção de tirar os trabalhadores indianos da informalidade que é um problema crônico no país, com quatro quintos da população nesta situação.

Índia no Cenário Internacional
 

No campo geopolítico, a Índia vem se tornando, cada vez mais, protagonista. O país vem buscando fortalecer laços com algumas potências do planeta, com destaque para os EUA. Seu território está localizado no meio de uma das principais rotas comerciais do planeta, que liga a Ásia com a Europa.

Os indianos também estão envolvidos em alguns conflitos como na Caxemira, uma região de maioria muçulmana que busca se anexar ao Paquistão. E contra os chineses pelo controle do Tibete, que atualmente pertence à China, a região possui as nascentes dos dois rios mais importantes da Índia (Ganges e o Brahmaputra) e da China  (Yangtze e o Amarelo).

Para defender seu território e também os seus interesses, o país possui o quarto exercito mais forte do mundo e o segundo com mais soldados. Além de um arsenal de até 140 armas nucleares, segundo estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri).

Onde precisa melhorar?

Créditos: Johnny Miller/Unequal Scenes

Créditos: Johnny Miller/Unequal Scenes

Mesmo com a economia em crescimento, a Índia tem a maior população pobre do planeta e cerca de 70% de todos os indianos vivem em regiões rurais do país. Dentre aqueles que estão nas grandes cidades, a maioria vive nas periferias sem acesso a esgoto ou água tratada. Eles ocupam a posição 129 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A Índia é ainda um dos países mais perigosos para as mulheres segundo a Fundação Thomson Reuters devido ao risco de violência sexual e até trabalho escravo.

Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Índia é o país que mais taxa as empresas com uma cobrança de 48,3% sobre a renda, dificultando no desenvolvimento de novas empresas no setor privado e mantendo monopólios nas mãos das famílias mais poderosas, aumentando a desigualdade no país. Em um estudo feito pela OXFAM, aponta que os 10% mais ricos possuem cerca de três quartos da riqueza do país.

Outro grande responsável pela desigualdade no país é o tradicional sistema de castas, que mesmo proibido segue existindo e dificultando ainda mais a ascensão dos menos privilegiados. É bom lembrar que esses números negativos vêm diminuindo nos últimos anos, mas se o país quiser fazer do século XXI "o século da Índia", ele ainda terá muito trabalho pela frente.


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