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11/12/2020 às 03h16min - Atualizada em 11/12/2020 às 03h08min

“Cercados”: os bastidores da cobertura jornalística da pandemia no Brasil

O documentário lançado no Globoplay, registrou a luta da imprensa contra o negacionismo

Andrieli Torres - Editado por Bruna Araújo
Foto: Reprodução/ Globoplay
O jornalista é o profissional que tem o dever de levar a informação com credibilidade para os cidadãos. É ele que checa, apura e transforma os fatos em notícias. O jornalismo tem acima de tudo o compromisso com a verdade e fazer com que o leitor e telespectador saiba o que está acontecendo no mundo. Um exemplo disto é a cobertura jornalística da pandemia de Covid-19, que mostra a verdadeira situação do coronavírus no Brasil.

O jornalismo se tornou um serviço essencial durante esse momento complicado que a humanidade está passando, no qual repórteres foram às ruas, se arriscaram, ficaram doentes, mas não desistiram, e persistem em mostrar a verdade por meio de dados comprovados. Mesmo assim, muitos brasileiros se negam a acreditar na imprensa especializada.

Por isso, o documentário “Cercados”, lançado recentemente pelo Globoplay, dirigido por Caio Cavechini, mostra os bastidores da rotina nas redações dos principais veículos de comunicação do Brasil e o incansável trabalho dos jornalistas em uma cobertura desafiadora.

"O jornalismo e a ciência, como formas de conhecimento da realidade, enfrentaram um duplo desafio: lidar com o negacionismo e ajudar as pessoas a se cuidar e as instituições a tomar decisões que protegessem o maior número de cidadãos. Ao retratar a rotina dos veículos brasileiros na pandemia, 'Cercados' faz um registro histórico desse desafio. Em vez de um documentário de entrevistas, preferimos fazer uma produção de imersão, gravando diariamente as situações vividas por dezenas de jornalistas dos mais variados veículos do país”, relatou Caio ao G1.

A palavra “Cercados” é uma referência aos jornalistas que trabalham em Brasília, na área próxima ao Palácio da Alvorada, que ficou conhecida popularmente como “cercadinho”, onde eles ficavam dentro de um espaço com grades ao lado de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
 
De acordo com Cavechini, o documentário tenta ser bastante diverso, tanto geograficamente como em cargos distintos; “desde o fotógrafo freelancer, até o diretor de redação”. Participaram do filme: O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, o Globo, checadores e repórteres do G1, rádio Band News, coletivo Alma Preta, projeto Comprova, TV Cultura, Rede Globo e fotógrafos da Agência EFE e Associated Press. Ao todo foram 400h de gravações, parte delas na redação do Jornal Nacional.

A equipe do filme conversou com 73 profissionais de cinco cidade diferentes: Manaus, Fortaleza, Brasília, São Paulo e Rio, mas nem todos entraram na finalização do projeto. “Infelizmente a gente não conseguiu colocar todos os jornalistas no documentário”, disse a roteirista do filme, Eliane Scardovelli à rádio CBN.

Eliane afirma que esse não é um filme sobre o passado. “Eu acho que serve para reforçar um alerta, não confie em qualquer informação, acredite no jornalismo profissional, nós estamos no meio de uma pandemia e a informação pode salvar vidas”, afirmou ao ‘Bom dia Brasil’ da Rede Globo.

“A gente mostra também nesse documentário, essa união que foi inédita na história do jornalismo, quando os veículos se uniram em prol da informação, fizeram um consórcio para tentar chegar nos números para a gente não ficar à mercê. Apesar de a gente está um momento de muita dor, um momento de grande união, em que a concorrência, os direitos privados, acabou ficando e lado em prol dessa necessidade de dar a informação mais precisa, mais correta possível”, relatou Scardovelli à rádio CBN.

Esse documentário é apenas o início de muitas outras histórias que os jornalistas ainda irão contar futuramente, sobre o desafio que enfrentaram contra a negação das pessoas, ao mesmo tempo em que precisavam chegar as informações de forma rápida e segura.

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