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15/02/2021 às 17h14min - Atualizada em 15/02/2021 às 17h12min

Aumento disparado na taxa IGP-M preocupa moradores de aluguel

IGP-M acumulou alta de 25,71% em janeiro de 2021, o maior número em 19 anos

Emily Guimarães Carvalho - Editado por Ana Paula Cardoso
igpm2021.com.br
O principal indicador para reajustes no preço de aluguéis, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), têm preocupado locatários por todo o Brasil. Isto porque teve alta acumulada de 25,71% em janeiro de 2021, o maior em 19 anos. No mesmo período do ano passado, a alta era de 7,81%.
 
O que é IGP-M e como é calculado?
 
Criado para medir a movimentação nos preços do mercado, não apenas mede valores finais ou atividades, mas principalmente etapas do processo produtivo brasileiro. É utilizado não só na precificação de aluguéis, mas também para outros serviços, como conta de luz e telefonia. A taxa considera preços de itens para construção, consumo e sobrevivência, entre outros e o cálculo é realizado a partir das seguintes taxas:
  • 10 % de Índice Nacional do Custo da Construção-Mercado (INCC-M): que mede o valor dos custos de construções de imóveis; como: materiais para construção, mão de obra etc.;
  • 30% de Índice de Preços ao Consumidor-Mercado (IPC-M): que mede preços de bens e serviços que compõem as despesas mensais familiares, como: água, luz, cesta básica etc.;
  • 60% de Índice de Preços por Atacado-Mercado (IPA-M): que mede preços de produtos industrializados e agrícolas no atacado, como grãos, cerais e industrializados como embutidos etc.

Por que aumentou tanto?

Além das taxas indicadas acima, o preço do dólar também é um fator de influência. Dessa forma, é correto dizer que a disparada é um agravante provocado pela pandemia do novo coronavírus. Com o aumento da moeda, é lucrativo para o agronegócio exportar matéria-prima e bens de consumo, o que diminui a oferta dentro do país e aumenta procura.

Isso ocasiona o aumento direto no preço destes produtos, algo a ser observado no aumento do valor do arroz e da soja, por exemplo. Como todos os envolvidos que impactam o IGP-M aumentaram o preço, ele sofre a alteração.



Como isso pode afetar o preço do meu aluguel e o que posso fazer?

A alteração é calculada de acordo com a porcentagem da taxa – 25,7% a mais, nesse caso. Tendo por base um aluguel de R$1.300,00, o novo valor seria R$1634,23. Um aumento consideravelmente maior do que o esperado e visto nos últimos anos. Todavia, mesmo que a maioria dos contratos tenham por base de reajuste o IGP-M não é obrigatório. Logo, não são todos os contratos que adotam este regime.

Há acordos negociados diretamente com o proprietário, e muitos outros adotaram nesse ano o reajuste em base do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que teve uma alta bem menor e mais realista.

Em todos os casos, é reconhecido que a disparada não condiz com o atual cenário econômico brasileiro que ainda se recupera dos maiores impactos da pandemia. Por isso, é recomendado que locatários entrem em contato com sua imobiliária, ou o locador para negociação de um novo valor satisfatório a ambas as partes.

Em geral, as negociações têm sido bem flexíveis, e não adotam o valor integral que se pode aplicar. Em vista de que um aumento excessivo em situação de pandemia, onde muitos perderam parte ou total de sua renda, não é viável também para aqueles que pretendem manter a renda da locação de um imóvel.
Para quem pretende negociar, é interessante ser sincero com seu senhorio, apresentando as razões pelas quais não pode pagar o novo valor estimado e afirmar quais os pontos de interesse em mantê-lo na residência.

Uma vez que o preço só pode sofrer reajuste uma vez ao ano, analise bem suas propostas e condições aceitas, para que possa garantir mais um ano de contrato estável e que caiba no seu bolso.
 
 
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