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18/02/2021 às 08h07min - Atualizada em 18/02/2021 às 07h37min

A importância da língua inglesa para a formação do jornalista

Com 1268 milhões de falantes, a língua franca mundial é essencial para o profissional da comunicação

Dara Russo - Editado por Camilla Soares
Ivan Shilov

 

Como no passado foram o latim e o grego, hoje, o inglês é a língua franca do mundo, uma espécie de “moeda de troca” no que se diz respeito ao idioma.  Desde o final dos anos 80  tudo o que se produziu passou a ser traduzido para a língua inglesa, quando não diretamente produzido nesse idioma, como uma maneira de aumentar exponencialmente o alcance do produto. Assim, em um mundo globalizado, o domínio de uma segunda língua se torna fundamental, especialmente para os profissionais da comunicação.

Segundo uma pesquisa realizada em 2020 pelo centro Ethnologue, que estuda línguas e promove a alfabetização, existem 1268 milhões de falantes da língua inglesa no mundo. Os dados também demonstram que a maior parte desses indivíduos são falantes não nativos (753 milhões em comparação aos 379 milhões de nativos). (Colocar como hiperlink)


“Para o jornalista é indispensável” afirma a analista internacional, jornalista, professora e assessora de Relações Internacionais da PUC Minas, Rita Louback. Ela explica que o conhecimento da língua inglesa é essencial para o profissional do jornalismo, pois ele, necessariamente, terá contato com vários sites de notícias mundiais e os dois principais conglomerados de comunicação do mundo - a CNN Internacional e a BBC - tem como idioma nativo o inglês. “A própria China, agora tem uma rede de TV por assinatura, que é exportada para o mundo e é transmitida também em inglês. E na TV que é conhecida como “TV do Putin”, o material também é feito quase todo em inglês”, completa.

 

Adaptações e exigências do mundo acadêmico
 

Frente à nova realidade multicultural e integrada, assim como a comunicação, o mundo acadêmico se adaptou. Diversas universidades de países com idiomas considerados não hegemônicos, como Hungria, Polônia e Coreia do Sul estão ensinando em inglês. “Então o inglês acaba sendo um idioma necessário não só para o jornalista, mas para qualquer profissional”, conclui Rita.
 

Ela ainda diz que a pouca proficiência no inglês pode dificultar muito a mobilidade acadêmica de universitários para o exterior, como nos casos de programas científicos e no recebimento de acadêmicos estrangeiros. “O conjunto das universidades brasileiras ainda não passou para o inglês um conteúdo significativo de suas disciplinas”, explica. Para Rita, a falta de conhecimento do idioma atrapalha “uns 99%, mas não impede totalmente”, quando se há esforço. Ela cita como exemplos alunos estrangeiros que vêm ao Brasil. “Se esse aluno for de um país de línguas neolatinas, como francês, italiano e espanhol, ele tem mais facilidade, mas se ele for de outro lugar, da Noruega, da Dinamarca, ou mesmo dos países que falam inglês ele não só vai ter dificuldade, como vai ser impossível acompanhar a aulas”, conta.
 

Já no caso de um estudante brasileiro que deseja ir ao exterior, a especialista em internacionalização afirma que sem o inglês, esse estudante não consegue ir pra quase lugar nenhum e ficará restrito apenas aos países que ainda mantém muitas disciplinas no seu idioma nativo,  que estão fora das principais matrizes de produção científica. “Mesmo na Alemanha, que tem um sistema educacional fortíssimo, parte significativa de seus conteúdos, para atrair alunos estrangeiros, está sendo oferecida em inglês. A França idem, logo a frança que também é super zelosa do seu idioma”, afirma. Dessa forma, o inglês se torna a porta de entrada para grandes universidades mundiais.

Por fim, a especialista afirma que não se pode esperar que as pessoas estrangeiras aprendam português para virem estudar no Brasil e que o aluno brasileiro não irá conseguir competir pelo espaço da mobilidade acadêmica internacional falando somente português. “Então, felizmente, pra quem gosta e infelizmente, pra quem não gosta, vai ter que aprender inglês sim se quiser estar minimamente posicionado na sua profissão, seja ela qual for”, enfatiza.

 

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