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20/05/2022 às 15h02min - Atualizada em 22/11/2021 às 00h01min

Empreendedorismo feminino - A importância da representatividade

Celebrado no dia 19 de novembro, o movimento incentiva autoconhecimento, estudo, dedicação, criatividade, autonomia, personalidade e inteligência emocional

Gabi Oliveira - Editado por Julia dos Santos
(Reprodução: Pinterest)

O empreendedorismo feminino  só confirma o quanto a mulher consegue se sair bem, tanto quanto os homens na carreira e vem quebrando várias crenças de que ela deve se dedicar apenas ao lar e aos filhos, não que isso não seja o bastante, na verdade é uma jornada tripla, portanto, valorizar isso  é algo que todos devem fazer e aprender, ter empatia, união, companheirismo e não julgamento. 

 


A jornalista Marcela Rosa conta que após 27 de televisão, decidiu empreender no digital e está há 3 anos vivendo de sua empresa e mesmo  com alguns desafios se sente feliz, impulsionada e focada a ir cada vez mais além, aprender, conhecer e viver novas experiências.

Marcela Rosa, 49 anos - Empreendedora, jornalista e professora
Manaus - AM / Florianópolis - SC 
 

"Acho que a mulher especialmente no Brasil é muito subjugada. A própria mulher não se valoriza ou vive em função de um marido/ companheiro. O maior desafio é ser independente. Autoconfiante e pró-ativa . Acreditar que você não precisa DOS OUTROS para ter sucesso. E, claro, conciliar filhos, casa e trabalho."  - Marcela Rosa, empreendedora, jornalista e professora


Como tudo começou na sua carreira? 

 

Putz! Muita coisa. Resumindo: 27 anos em Televisão : Repórter,  apresentadora, editora.  Cheguei aos maiores cargos. Diretora por 10 anos . Chutei o balde. E foi muito antes da pandemia. Por decisão própria demiti a empresa que trabalhava (chama-se rescisão indireta) e resolvi empreender no digital. Estou há 3 anos vivendo da minha empresa e estou feliz. 

 

Quais os critérios que você usa na hora de contratar uma pessoa?

 

Desenvolvi um radar muito aguçado para descobrir talentos. Ajudei a formar muitos profissionais de vídeo. Mas não é uma tarefa fácil. No digital, por exemplo, é bem complicado achar gente preparada. Na maioria das vezes, tento ensinar, formar meus colaboradores.

 

Com base na sua trajetória e nas suas experiências pessoais, entende que as mulheres podem fomentar o empreendedorismo? Se sim, de qual maneira? 

 

Divulgar, compartilhar suas dores e suas vitórias. Os vídeos são ótimos para esta finalidade. Ter sororidade. Apoiar uma outra empreendedora ao invés de sempre competir, julgar outra mulher. 

 

Quais as diferenças que você percebe entre homens e mulheres no setor de empreendedorismo?  

 

Os homens são mais focados, perdem menos tempo com bobagens, não misturam sentimentos com trabalho. Mulheres por outro lado tendem a ser mais criativas. O restante sinceramente não vejo grandes diferenças.

 

Qual a sua percepção sobre o impacto das mulheres empreendedoras para a economia do Brasil? 

 

 A mulherada sustenta o Brasil. Somos maioria em tudo. No entanto, ganhamos menos, vendemos mais barato e ainda não sabemos nos profissionalizar em alguns setores da economia. 

 

Você se sente vulnerável e que sua autoestima empreendedora é menor com relação a de um homem empreendedor? 

 

Muitas vezes somos levadas a acreditar nisso sim. Mas hoje não tenho mais tanto complexo de inferioridade. Tenho medos que são absolutamente normais e que não me param. Pelo contrário, me impulsionam.

 

Percebo que as pessoas têm dificuldade com relação ao perfeccionismo, muito planejamento e pouca ação. Existe um momento certo para lançar um projeto? 

 

O momento é agora. Procrastinar só vai te dar prejuízo. E o empreendedor nunca está totalmente pronto. A ideia é aprender fazendo. 

 

Qual o conceito de sucesso pra você? 

 

Sucesso para mim é ser independente. É ter liberdade geográfica. Trabalhar onde quiser. É ter voz e principalmente é saber que além de te trazer lucro financeiro, o teu projeto realmente ajude outras pessoas.

 

Por fim, quais são as dicas para as mulheres que estão começando a empreender?

 

Se joga! Não há momento certo. Ninguém vai pegar na sua mão ou te carregar. Você precisa sair do pedestal e lutar. Estudar, ralar muito e ter humildade. Se você tem um projeto com um propósito definido e tem foco, ele vai dar certo! 
 



Empreendedora na área da engenharia, tem sociedade com seu noivo, que também é engenheiro. Na entrevista, Beatriz conta como tudo começou, os  desafios de início, como está sendo o  processo de seu empreendimento e incentiva as mulheres a apoiarem umas às outras.


Beatriz Modestro, 26 anos - Engenheira Civil

Curitiba, PR

 

"Ser mulher requer que tenhamos que nos impor em muitas situações e ter firmeza sempre. Somos testadas a todo tempo e muitas vezes, sinto que existe muito machismo por parte de clientes e até mesmo colegas de profissão. Acredito que isso está diminuindo na mesma proporção em que as mulheres ocupam espaço nesse mercado." -  Beatriz Modesto, engenheira e empreendedora

 

Quais os desafios da mulher empreendedora? Por exemplo: vida pessoal, acesso ao crédito, etc... 

 

É bastante desafiador ser empreendedora na área de engenharia, visto que além de ser uma área ainda bastante conservadora, é também em grande parte ocupada por homens. Porém, agindo de forma profissional, buscando especialização, contatos certos e experiência, as coisas têm tomado forma. Em sociedade com outro engenheiro, que inclusive é o meu noivo, conseguimos uma parceria com uma holding a qual estamos prestando serviço de administração de obras e para tanto, precisamos aumentar o capital social da empresa para participarmos de licitações utilizando o nome da nossa empresa.

Foi bastante desafiador e tivemos que ir até os principais bancos, explicar a situação e mesmo assim o crédito liberado ainda não era o suficiente. Então, fomos até a Caixa Econômica Federal, e por sorte e/ou coincidência do universo, a gerente que nos atendeu era uma conhecida de infância do meu sócio e então foi muito mais fácil para que conseguíssemos encontrar alguma solução junto ao banco. Foi assim então que conseguimos uma linha de crédito para capital de giro, por meio da Caixa Econômica Federal em parceria com o SEBRAE. Mas resumidamente, ainda é muito difícil conseguir crédito junto aos bancos e fornecedores quando estamos iniciando. No meu caso, posso dizer que tenho tido muita sorte e aquele empurrãozinho do universo me dizendo “só vai!” rsrs

 

Quais as diferenças que você percebe entre homens e mulheres no setor de empreendedorismo?   

 

Acredito que o próprio mercado confia mais num empresário quando é homem e por isso acredito que assim como os homens se apoiam, as mulheres tem que se apoiar com parcerias, indicações, contratações, etc….

 

Qual a sua percepção sobre o impacto das mulheres empreendedoras para a economia do Brasil?  

 

Somos maioria em número no país, mas ainda estamos crescendo em espaço de ocupação de mercado, principalmente na área de engenharia.

 

Que fatores contribuem para o crescimento do empreendedorismo feminino no Brasil?  

 

O marketing é um fator muito importante para fomentar o empreendedorismo feminino, digo no sentido de incentivar e dar voz aos assuntos feministas. Redes sociais e até mesmo programas de TV, têm contribuído para a divulgação de tal assunto e isso influencia e incentiva as mulheres que muitas vezes se sentem inseguras de dar o primeiro passo. 

 

Qual a característica que mais te impulsionou para você entrar e persistir no mundo do empreendedorismo?  

 

Tenho um perfil bastante independente e autônomo, por isso não me enxergo como funcionária de uma empresa, fazendo a mesma coisa todo dia pro resto da minha vida. Não gosto de comodismo e adoro um desafio. Além disso, acredito que devido à atual situação da economia do Brasil, os salários estão muito abaixo do que deveriam ser para atender ao piso salarial do engenheiro. Isso tudo me motiva e impulsiona para persistir no empreendedorismo. 

 

Percebo que as pessoas têm dificuldade com relação ao perfeccionismo, muito planejamento e pouca ação. Exite um momento certo para lançar um projeto?  

 

No início, eu pensava muito e ficava com medo de fazer as coisas, confesso que sempre existe um medo na hora de mandar uma proposta ou de postar algo pra divulgar o trabalho. Mas, não podemos esperar o momento certo para fazer as coisas, devemos assumir um certo risco quando queremos empreender. Perfeição não existe, existe sim um aperfeiçoamento constante. E também não vai existir um momento certo, temos que arriscar sempre.

 

 Qual o conceito de sucesso pra você?  

 

Sucesso pra mim é ter independência e autonomia.

 

Por fim, quais são as dicas para as mulheres que estão começando a empreender? 

 

Primeiramente, saber o que quer fazer, estudar o mercado e público alvo, se especializar no serviço/ produto que quer vender, divulgar o trabalho, ter paciência e persistir. 


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