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12/03/2021 às 13h23min - Atualizada em 12/03/2021 às 13h04min

Futebol sem torcida completa um ano e clubes brasileiros deixam de faturar milhões em bilheteria

A ausência do público nos estádios devido a pandemia do Coronavírus faz times passarem por dificuldades com a falta da venda de ingressos

Maria Santos - editado por Anna Voloch
Maracanã sem público (Foto: Reprodução/Immagini/Folhapress)

O prejuízo financeiro gerado aos clubes brasileiros com a proibição de público nos estádios durante a pandemia já passou de milhões de reais. Há exatamente um ano atrás, os campeonatos estaduais eram paralisados em todo o país e, com isso, a torcida ficou impedida de frequentar os campos brasileiros. Mesmo após a volta das competições, os governos estaduais decidiram manter a restrição, uma vez que seria um grande fluxo de contaminação da Covid-19, por conta da geração de aglomerações. Com isso, os clubes seguem perdendo faturamentos milionários em bilheteria.

Ademais, mesmo um ano depois ainda podemos ver um cenário desanimador: com o aumento do número de casos da Covid-19 e o enfrentamento da segunda onda pelo Brasil, os campeonatos seguem sem público nas arquibancadas e sem ter uma previsão da volta dos torcedores, fazendo com que os clubes acumulem ainda mais frustrações financeiras.

O IMPACTO FINANCEIRO


O Santos é um dos exemplos de clubes que tiveram grandes prejuízos com jogos realizados, no caso do Peixe, na Vila Belmiro. Conforme boletins financeiros divulgados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o Alvinegro Praiano teve uma despesa de R$ 1.165.632,23. Os maiores custos para a realização das partidas são com a equipe de arbitragem, ambulância e segurança. Além dos gastos com a realização de jogos, a equipe paulista e os demais clubes deixaram de faturar com a arrecadação de ingressos. Em busca de uma alternativa, o time da Vila chegou a lançar ingressos simbólicos, mas apenas em partidas válidas pela Copa Libertadores

 

Em termos de público, o Flamengo foi o clube com a maior bilheteria de 2019. Em contrapartida, com a chegada da pandemia, os Rubro-Negros foram os que mais sofreram no quesito arrecadação de ingressos ao longo de 2020. O Mengão arrecadou cerca de R$ 97 milhões de renda bruta na última temporada. Para a de 2020, antes do surto da Covid-19, era estimado aproximadamente R$ 108 milhões (15% da receita, de acordo com o balanço do próprio clube). Entretanto, na temporada passada a equipe carioca arrecadou apenas R$ 22,2 milhões, aglomerado nos setes jogos disputados pelo clube como mandante até março, antes da paralisação pela pandemia. 

 

Com isso, a perda de receita é calculada em R$ 85,8 milhões, segundo um levantamento apurado pelo site GE. Dessa forma, o Flamengo se tornou o clube mais prejudicado entre os dez que mais faturaram com bilheteria na temporada passada. Palmeiras, Corinthians e São Paulo aparecem logo atrás com estimativa de arrecadação de R$ 64 milhões, R$ 71 milhões e R$ 78 milhões. 

A ECONOMIA E A FALTA DE TORCEDORES

 

Ao pensar no prejuízo dos clubes com a falta da bilheteria, muitas vezes se esquece de como grande parte da economia no ambiente do futebol gira em torno da presença da torcida nos estádios. Diversos clubes faturam com a venda de alimentos, bebidas e demais produtos dentro de suas casas, e este é mais um dos fatores que expande o buraco provocado pela pandemia. 

 

Além disso, a maioria dos clubes vende o direito de exploração desta forma de comércio e lucra com a participação nas vendas. Em levantamento da empresa Stadiumetric, existem acordos que reservam até 20% sobre o valor arrecadado pelo mandante. 

 

Ao calcular que cada torcedor teria apenas cinco reais de despesa por jogo, isso significa uma redução de um real por pessoa, o que coincide em um número muito pequeno, mas segundo a empresa pode representar 3% da bilheteria total. Apenas este valor já seria suficiente para o pagamento de salários de diversos atletas da Série A


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