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14/03/2021 às 13h40min - Atualizada em 14/03/2021 às 13h34min

Cresce o número de abusos sexuais infantis na pandemia

De acordo com a psicóloga, as consequências do abuso sexual deixam marcas profundas, tanto físicas como emocionais

Ariel Vidal - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto: Criança silenciada - Reprodução/Internet
Atualmente o Ministério da Saúde aponta cerca de 32 mil casos de abuso sexual entre crianças e adolescentes. Pesquisas mostram que a maioria das vítimas (53,8%) eram meninas de até 13 anos. Conforme informações do Portal Oficial do Estado do Rio de Janeiro, o delegado Adilson Palácio, responsável pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), pontuou que neste período de pandemia as crianças continuam sendo vítimas de abuso infantil.  “Como as pessoas estão mais dentro de casa, talvez existam familiares que estejam, de certa forma, protegendo as vítimas que, em muitas situações, são abusadas por algum parente próximo.”, explica. Segundo Palácio, geralmente os casos acontecem quando o abusador está sozinho com a vítima. 

Operação da Polícia

Na última semana, a Polícia Civil prendeu um homem, acusado de abusar da enteada de 10 anos, no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, os abusos aconteciam dentro da casa da vítima há cerca de um ano. Contudo, o homem se aproveitava dos momentos em que a mãe não estava para cometer os crimes.

Os agentes da 58ª Delegacia de Polícia (DP) afirmaram que o acusado ameaçava a vítima caso ela contasse para alguém. Após uma sequência de abusos, a criança revelou por meio de cartas e desenhos para a família.

A psicóloga Bruna Richter, pós-graduada em psicologia positiva e clínica, explica que é fundamental a intensificação do diálogo aberto e profundo com os próprios filhos a respeito do novo relacionamento e dos papéis que cada um dos membros exerce na família atualmente. “Ficar bastante atento e cauteloso com o modo como os laços entre os menores e o novo integrante evoluem também é importante, como evitar sentar os mais novos no colo de adultos, impedir o excesso de toques e nunca expor partes íntimas.”, esclarece. Além disso, a profissional alerta que há muitos casos em que os pais não acreditam nos filhos diante da descoberta de um abuso, e por isso não é encontrado o ânimo ou a coragem de denunciar o agressor à Polícia. “Mas independentemente do tipo de vinculação com o menor, qualquer pessoa pode e deve alertar as autoridades, em caso de suspeita,” assegura.

Danos à saúde mental

Cintia* Batista quando completou 13 anos, foi vítima de um abuso sexual, a adolescente conta que foi um mês após o aniversário. “Achava que aquilo tinha acontecido por minha causa, e eu comecei a ter medo de tudo, pois ele poderia voltar a qualquer momento e me matar. Eu me senti muito culpada, porque confiei em um desconhecido,” relata.

De acordo com a psicóloga, as consequências do abuso sexual deixam marcas profundas, tanto físicas como emocionais. “Os danos ao menor vitimado podem ser irreversíveis, perpassando sentimentos principalmente de culpa, angústia, tristeza e apatia”, acrescenta. Bruna Richter finaliza explicando que é imprescindível enfatizar que quando o adulto se apropria da autoridade, do conhecimento ou do poder para induzir ou aliciar menores, no intuito de satisfazer seus próprios desejos, ainda que não seja através da violência física é algo extremamente abusivo e criminoso.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho 

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