Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
30/04/2021 às 19h10min - Atualizada em 30/04/2021 às 17h51min

A tendência dos blazers e o público plus size

Em 2021, as peças de alfaiataria estão fazendo sucesso, porém, quem veste um tamanho maior encontra muitas limitações

Maria Fernanda Melo - labdicasjornalismo.com

A luta para incluir peças plus size no mercado fashion não é de hoje. A loja americana Lane Bryant, que em 1904 inaugurou uma loja de roupas voltada para gestantes, percebeu que o público de mulheres gordas era excluído das grandes marcas. Foi então que o movimento e a disseminação do termo se iniciaram.

Com cuidado para que as modelagens atendessem o maior número de mulheres, Lane mediu cerca de 4.500 de suas clientes. O sucesso foi tão grande que, principalmente nos Estados Unidos, as marcas começaram a desenvolver peças com tamanhos maiores. Entretanto, mesmo com uma luta iniciada há tempos, o Brasil ainda caminha em passos lentos na produção de peças plus size.

Sobre a expressão

No início, o termo plus size não era utilizado para descrever aspectos corporais das mulheres. Em muitos casos, elas eram definidas como ‘robustas’ e, raramente, ‘gordas’. Já no ano de 1953, marcas começaram a utilizar termo plus size para definir um corpo gordo. A partir desse momento, o embate começou: usar ou não essa expressão?

 “O termo plus size a gente sempre vai utilizar quando estamos falando sobre o mercado, porque ele é um termo mercadológico, voltado para um nicho. Agora, se eu quero me referir a um corpo, o termo correto é um corpo gordo”, explica Juliana Yuri, consultora de imagem e professora de  moda no Senac na Universidade Belas Artes

 

“O que torna a palavra gordo negativa é o nosso olhar preconceituoso", explica a consultora de imagem. 


O uso do blazer é para todos?

As peças de alfaiataria, sobretudo os blazers, se tornaram tendência em 2021. De acordo com Juliana Yuri, essas peças transmitem uma seriedade e até formalidade, dependendo das combinações. Contudo, para o mercado plus size, os blazers, quando encontrados, possuem uma limitação de cores e nenhuma diversidade de modelos.

Carla Ortiz, empresária e criadora de conteúdo sobre moda plus size, expõe seu posicionamento: “As referências do mercado plus são bem de mau gosto, para ser sincera. Não são peças bem executadas. Eu acabo comprando meus blazers na Zara e na Amaro, que são dois lugares que me servem e que possuem um bom corte”, afirma a empresária.

Mesmo com preços altos, a social media evidencia que a compra de um blazer da Zara, por exemplo, ainda é vantajosa, visto que ele possui uma ótima qualidade. Em sua opinião, as grandes marcas ainda têm uma barreira em acreditar que o público plus size não consome peças mais caras. 

 
 

A produção de roupas plus

Na visão da empresária Carla, ainda existem dificuldades de se produzir uma roupa plus size, “Eu como tenho marca, sei que, muitas vezes, quando nós enviamos a peça para a oficina de costura, eles negam: "Ah, não, isso aqui é muito difícil, não dá”, afirma a social media

O problema da costura de peças maiores atinge não as lojas, mas também os fornecedores. É uma cadeia de produção que encontra falhas, e acaba atingindo o mercado no geral.

Para Juliana Yuri, mesmo com uma dificuldade na produção, as marcas perdem uma venda significativa para um público que quer muito comprar. Ela cita a Pop Plus, feira de moda plus size que acontece em São Paulo e adiciona: “Como é um público carente de peças e produtos em tamanhos maiores, eles querem consumir. Por isso que, quando realizada, a feira lota.”

As diferenças para o público plus size

Aqui no Brasil as marcas mais populares, como C&A, Renner, Riachuelo e Marisa, vendem uma diversidade de blazers nos tamanhos convencionais. Entretanto, quando a escolha é um blazer plus size, as opções são reduzidas para menos da metade. Confira os dados que evidenciam essa diferença no gráfico abaixo.



 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »