A China é a segunda maior economia do planeta e pretende ultrapassar os Estados Unidos nos próximos anos. O gigante asiático saiu da extrema pobreza devido a uma forte mudança em sua política econômica. Agora, os chineses estão apostando tudo para se manter no alto escalão da economia mundial.
O país faz grandes investimentos públicos e privados no mercado interno e também em outras nações pelo mundo. Esses investimentos vem sofrendo com fortes críticas de muitos especialistas que apontam para os riscos envolvidos e acusam a China de usá-los como arma política.
Um desses investimentos está no setor imobiliário. Com o grande êxodo rural chinês, o governo incentivou o crescimento e o surgimento de novas cidades no país. Os governos locais desapropriaram inúmeros terrenos para as novas construções. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Reining e a Universidade de Michigan, os municípios lucravam 40 vezes mais nas vendas dos direitos de uso dos terrenos do que era pago durante a expropriação.
Essas construções geram uma sensação de prosperidade no país. Boa parte do orçamento dos governos locais vem do desenvolvimento imobiliário nessas novas cidades. Em 2011 a venda de terras era equivalente a 74,1% das receitas municipais.
Vale destacar que essas construções, independentemente da demanda, possuem um papel importante para a economia local. A venda dos direitos de uso das terras aumenta a arrecadação dos governos locais, além de contribuir com uma aparente situação econômica favorável, beneficiando a imagem dos políticos frente ao governo central.
Tudo isso gera um aumento no incentivo ao setor de construção, alcançando 15% em 2015. A China tem tentado controlar essa situação das cidades fantasmas, mas isso não é uma tarefa fácil. Aumentar a taxa de juros, poderia causar um forte crescimento das vendas e uma queda nos preços e consequentemente, o estouro de uma bolha imobiliária. Isso prejudicaria as bases do crescimento econômico interno da China.
A Armadilha da Dívida Chinesa
O governo chinês possui projetos ambiciosos, e todos se resumem em fazer da China, a maior potência econômica do planeta. O país já é um importante parceiro econômico para quase todo o mundo, inclusive para os EUA. Essa parceria com os demais países vai além das relações comerciais, ela tem se tornado a principal fonte de créditos para muitos governos.
Na América Latina, a Venezuela (US$ 67,2 bi), o Brasil (US$ 28,9 bi) e o Equador (US$18,4 bi) são os países que mais receberam investimentos chineses desde 2005. Esses créditos são utilizados em projetos de infraestrutura, elas vão de hidroelétricas a portos.
Mas a África tem sido uma das obsessões da China. O continente é o menos desenvolvido do mundo e possuí uma grande mão de obra barata além de ser rico em recursos naturais, um ambiente perfeito para as empresas chinesas. São centenas de projetos, incluindo uma ferrovia de US$ 3 bilhões no Quênia.
Alguns especialistas afirmam, que esses créditos são usados como isca para uma armadilha preparada pela China. Os chineses fazem o empréstimo para o país sem muitas exigências, muitos possuem governos corruptos ou são uma ditadura, no momento em que o empréstimo não é pago, o país acaba sendo forçado a ceder grande parte de seus recursos naturais ou passar o controle das infraestruturas para as empresas chinesas.
O governo chinês tem um ambicioso projeto da “Nova Rota da Seda”, ela se trata de uma rede de infraestrutura global que liga a China com países asiáticos, europeus, do oriente médio e africanos por rotas terrestres e marítimas. Com uma expectativa para a conclusão no ano de 2049, no centenário da Revolução Chinesa.
Por fim, a China divide opiniões pelo mundo, ou seja, existem aqueles que defendem, que se trata de um país que saiu da miséria e agora quer ajudar os demais, já outros acreditam que ela pretende dominar o mercado e a política internacional, se beneficiando das fraquezas das outras nações. A única certeza é de que se trata de um país ambicioso que deseja dominar o cenário internacional.