Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
28/05/2021 às 11h24min - Atualizada em 28/05/2021 às 11h19min

Crônica: aqueles que te informam

Em tempos de pandemia, qual a importância “deles” na sua vida?

Letícia Aguiar - Editado por Andrieli Torres
Arte: Gabi Leal
“Bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”, são eles que me dizem quando eu ligo a televisão à procura de notícias, quero saber sobre o principal assunto do planeta nesta era: o coronavírus. Eles me dizem tudo sobre o assunto, trazem especialistas, médicos, personagens cotidianos, e me mantêm informada, fazem um trabalho fundamental para a sociedade e para mim. E seja por acaso ou vocação, eu também sou parte deles.

Quem são eles? É isso que você está se perguntando? Bom, para mim eles são colegas de trabalho e pessoas admiráveis, eu diria, muito corajosos. Para você, eles podem ser o William Bonner, a Renata Vasconcellos... Então sim, isso mesmo, “eles” são jornalistas. São eles que acordam logo cedo para fazer correr a informação, para que ela chegue até você, carregando uma bagagem de trabalho frenético, olhos cansados, exposição diária ao vírus, aos xingamentos, à violência, às tentativas recorrentes de calar milhares de “eles”.

É por eles que eu te peço, pare só por um instante e reflita: o que seria de você sem eles nesta pandemia? Quem iria te informar 24 horas sobre tudo que acontece? Quem iria te explicar o que exatamente está acontecendo no mundo lá fora e o que deve ser feito? Talvez fosse muito difícil, e é por isso que eles se cobriram de resiliência e de doses imensas de responsabilidade social, porque você tem sede de informação.  

Mas não quero tachá-los como heróis, não, tenha certeza que por trás da máscara eles estão exaustos, eles estão com medo, eles estão dando tudo de si... Alguns eu vi partir e ficarem apenas nas lembranças, já não vejo mais Falcon Barros, aquele brilhante repórter cinematográfico de terras alagoanas. Também quase me foge a memória o rosto de Rodrigo Rodrigues, o sorriso que reluzia no jornalismo esportivo. E é com pesar que eu te digo: infelizmente não foram só eles! Foram mais de 169 neste tempo sombrio, foram vozes marcantes, rostos conhecidos e bocas que diariamente informavam. Por eles eu sinto muito, fico a me questionar a todo instante, será que se eles estivessem vacinados o resultado seria o mesmo?

Para essa pergunta eu nunca vou ter resposta. Mas a cada dia que passa é mais um dia de revoltas, seja por não estarmos sendo prioridade na imunização, ou por todas as violências que são disparadas contra nós, todos os palavrões, todas as agressões e indignações, de pessoas que sem o nosso trabalho estariam no escuro. Mas eu (nós), respiramos e continuamos, pois para essas pessoas respondemos com nosso trabalho de todas as manhãs, tardes e noites. Respondemos com informação e responsabilidade social, para garantir, mesmo com muitas dificuldades, o seu direito de estar informado.

Então SIM! Eu, eles e “nós”, iremos continuar aqui, na tentativa de noticiar tudo, de ver tudo, falar de tudo e explicar tudo. Você pode até não se dar conta da nossa importância ou nosso trabalho pode parecer um tanto irrelevante, mas aqui, de Alagoas e por todo o Brasil, nós vamos continuar a te dar “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”, porque além de um trabalho isso é, com certeza, a paixão que nos move.

 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »